Bolsonaro queria interferir na PF para barrar inquérito das fake news

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Foto: Gabriela Biló/Estadão

O inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal, que motivou as diligências da Polícia Federal nesta quarta-feira, 27, era uma das preocupações de Jair Bolsonaro para justificar sua obsessão por interferir no comando da Polícia Federal.

Em mensagem para Sérgio Moro em 23 de abril, dia seguinte da reunião ministerial em que advertiu para a necessidade de trocas na PF para evitar operações em cima de familiares e amigos seus, Bolsonaro mandou para Moro, por WhatsApp, uma nota do site O Antagonista segundo a qual 10 de 12 deputados bolsonaristas seriam alvo do inquérito conduzido por Alexandre de Moraes. “Mais um motivo para troca”, escreveu Bolsonaro.

Moro lembrou que o inquérito corria em sigilo no STF e que a equipe da PF designada para atuar nele respondia diretamente ao ministro.

Diante da insistência de Bolsonaro em mexer no comando da PF, consumada com a demissão de Maurício Valeixo e sua substituição por Rolando Alexandre de Souza, o relator Alexandre de Moraes tomou precauções para “blindar” a equipe que atua no inquérito e impedir sua substituição.

Em ofício do dia 25 de abril, comunicou a PF que “as investigações neste inquérito (que apura a autoria e o financiamento dos protestos antidemocráticos) deverão ser conduzidas pela equipe composta pelos delegados federais Igor Romário de Paula, Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher, que já atuam no Inquérito 4.781 (inquérito das fake news)”.

BRPolítico