Bolsonaro tenta falar por ministro que o incriminou
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
Insistindo que não citou a Polícia Federal (PF) na reunião com ministros do último dia 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, se equivocou ao confirmar a menção, em depoimento na terça-feira.
À Polícia Federal, Ramos afirmou que o presidente “se manifestou de forma contundente sobre a qualidade de órgãos de inteligência produzidos pela Abin, Forças Armadas, Polícia Federal”. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, Augusto Heleno, também disse, em depoimento, que o presidente citou a PF.
“O Ramos se equivocou. Mas como é reunião, eu tenho o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou”, declarou Bolsonaro hoje cedo.
Questionado se o vai divulgar o vídeo entregue na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente disse ser favorável, mas que o assunto está sendo tratado pela Advocacia-Geral da República (AGU), que o representa no inquérito.
“Eu não sei se eu posso conversar, porque eu faço parte do processo. Eu não posso conversar com o Celso de Mello, porque eu faço [parte] do processo. Mas eu vou levar, aproveitando a tua sugestão aí, ao AGU, o ministro Levi, se a gente pode divulgar essa parte. Se eu não me engano, o Celso de Mello ontem oficiou aí o advogado do Moro, a AGU e a Justiça exatamente para ver se a gente entra nessa linha para divulgar, mesmo com os palavrões que eu falo sempre”, declarou, encerrando a entrevista na portaria do Palácio da Alvorada.