Cartão corporativo de Bolsonaro será investigado
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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) pediu nesta quinta-feira a abertura de uma investigação sobre o uso dos cartões corporativos da Presidência da República. A solicitação vem após a publicação de reportagens que mostram que os gastos nos três primeiros meses de 2020 foram os maiores para o período desde 2013 e chegaram a R$ 6,2 milhões. O pedido precisa ser deliberado pelo TCU para que a investigação tenha início.
Os cartões da Presidência são normalmente usados para o pagamento de despesas ligadas ao presidente e seus parentes como viagens nacionais e internacionais, abastecimento de veículos oficiais que atendem ao presidente e a gastos de rotina do Palácio da Alvorada como alimentação, bebidas e recepções.
De janeiro a março deste ano, os gastos dos cartões corporativos da Presidência somaram R$ 6,2 milhões. No ano passado, por exemplo, os gastos foram de R$ 2,5 milhões. A Presidência atribuiu o aumento dos gastos a despesas relacionadas a viagens do presidente ao exterior e ao fato de os cartões terem sido usados para cobrir gastos da repatriação de brasileiros que estavam na China durante o início da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a representação apresentada pelo procurador Lucas Furtado, a situação é ainda mais grave porque a maior parte desses gastos são sigilosos.
“A gravidade da situação assoma em importância na medida em que tais gastos são classificados como sigilosos, o que não permite ao cidadão comum aferir a pertinência e a necessidade desses dispêndios”, diz um trecho do documento.
Furtado diz ainda que é preciso que seja avaliada a necessidade de se colocar todos esses gastos sob a classificação de “sigiloso” e afirma que a Presidência não poderá sonegar dados dos gastos ao TCU, caso o órgão inicie a investigação.