China bloqueia exportação de respiradores para SP
Foto: 15.abr.2020/Xinhua
Os primeiros 500 respiradores dos 3 mil que o governo de SP comprou da China e que chegariam no sábado (2) no Brasil ficaram bloqueados no aeroporto de Pequim, o maior do país asiático.
O bloqueio levou tensão máxima ao governo paulista: sem os equipamentos, não é possível ampliar os leitos para pacientes graves de Covid-19 justamente no momento em que as UTIs já estão quase lotadas. Uma operação de guerra foi montada.
Primeiro problema: o governo chinês fez o bloqueio porque decidiu limitar a 150 o número de itens de cada mercadoria que pode ser embarcada nos aviões para exportação. A ideia é que outros produtos hospitalares, e não apenas respiradores, possam ser entregues em outros países com velocidade.
Foi preciso então mudar a papelada para que pelo menos os primeiros 150 respiradores cheguem a São Paulo nos próximos dias. O segundo problema, mais complexo, é resolver o embarque dos outros 2.850.
“Não durmo há 15 dias”, diz Wilson Mello, presidente da InvesteSP, empresa do governo responsável pela operação. “Vivemos uma loucura na logística global em que nada funciona como antes. Há restrição de contêineres e aviões, há muito menos voos entre os países”, diz ele.
A InvesteSP estuda agora embarcar cada lote de 150 da China em aviões que vão para diferentes países e, depois, de cada um deles para o Brasil. A outra opção é fretar aviões para ir à China buscar a mercadoria. É imprescindível que todos cheguem a SP até o fim de maio.