Doria pede “paz” a Bolsonaro

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Foto: Governo do Estado de São Paulo e Marcos Corrêa/Presidência da República

Após embates públicos com o presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria, ensaiou uma “bandeira branca” com o chefe do Poder Executivo, elogiando a condução da reunião do presidente com os governadores. Em teleconferência, Bolsonaro conversou com governadores, acompanhado de ministros e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Quero exaltar a forma como esta reunião está sendo conduzida, com a união de todos. O Brasil precisa estar unido. A existência de uma guerra, como já foi dito aqui, coloca todos em derrota. Vamos em paz, presidente, vamos pelo Brasil e vamos juntos”, disse Doria.

O tom conciliador do tucano foi elogiado brevemente por Bolsonaro, que emendou que o projeto de socorro a Estados e municípios será sancionado ainda nesta quinta-feira, com vetos presidenciais.

Após Alcolumbre afirmar que ajustes são necessários antes da sanção do texto, o presidente reforçou que o projeto será sancionado “o mais rápido possível”, após ajustes técnicos.

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), defendeu a sanção do projeto de apoio financeiro a Estados e municípios com veto ao trecho que permite reajuste salarial a várias categorias.

“A maior parte dos governadores entende que é crucial essa questão”, disse, acrescentando entender que “todos estão sofrendo pressões”.

“Impossível dar qualquer aumento agora que nós temos que cuidar da população”, afirmou Azambuja.

O governador pediu também a liberação da primeira parcela do apoio já em maio e a manutenção do trecho que trata da renegociação de dívidas com bancos e organismos multilaterais. “Pedimos que possa recomendar à equipe econômica também que a gente possa normatizar um aditamento contratual’, acrescentou.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que a prioridade é salvar vidas e depois proteger os mais vulneráveis. “O que não precisamos é crise política, já estamos vivendo três crises, por isso saúdo esta iniciativa (da reunião)”, acrescentou.

Antes de terminar o encontro, Bolsonaro fez questão de afirmar que a reunião é a “grande vitória do povo brasileiro”.

Valor Econômico