Governadores perdem a paciência com Bolsonaro

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Foto: Reprodução/RBA

A resistência que Jair Bolsonaro encontrou no ex-ministro Nelson Teich (Saúde) à ampliação do uso da cloroquina para quadros leves do coronavírus é ecoada pelos secretários estaduais da área, que se espantaram com a mudança na pasta e veem a aplicação do medicamento com ressalvas. “Precisamos de medicina baseada em evidências, com foco na segurança do paciente, não precisamos de medicina baseada na política”, diz Nésio Fernandes, secretário do Espírito Santo.

Em constante conflito com os estados por sua pressão para flexibilizar o isolamento social, Bolsonaro reforçou mais uma frente de atrito. “Políticos não devem opinar sobre conduta médica, assim como médicos não podem usar sua posição política para balizar a conduta clínica”, diz Carlos Lula, secretário do Maranhão.

Os secretários, médicos em sua maioria, destacam estudos publicados em revistas científicas de prestígio que não mostraram benefícios da cloroquina. “É uma expectativa e não uma realidade”, diz Ismael Alexandrino, de Goiás, médico.

“O presidente não cursou Medicina, creio, e não tem a noção correta dos malefícios que a cloroquina pode causar”, diz Geraldo Resende, secretário de Mato Grosso do Sul.

A produção de cloroquina está paralisada no laboratório do Exército desde a semana passada por falta de insumos, segundo o Ministério da Defesa.

Folha