Guedes denuncia pressões por reajuste de servidores
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A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, está preocupada com as pressões que estão sendo feitas por ministros de outras pastas para que o presidente Jair Bolsonaro mantenha a permissão de reajuste salarial a servidores no projeto de ajuda financeira da União a estados e municípios.
O texto inicialmente previa o congelamento dos salários até dezembro de 2021, como uma contrapartida ao dinheiro que a União enviará para ajudar estados e municípios na crise do coronavírus. Mas, durante a tramitação no Congresso, deputados e senadores listaram categorias que seriam excluídas da regra.
Depois de uma conversa reservada com Paulo Guedes, o presidente disse a ele que vetaria integralmente o trecho que estabelece as categorias que poderão ter aumento. Com isso, a União pode fazer uma economia no pagamento de salários de cerca de R$ 130 bilhões.
Na conversa, Bolsonaro teria afirmado a Guedes que ou vetava todas as exclusões ou mantinha tudo como foi aprovado no Congresso. Em seguida, concordando com seu ministro da Economia, o presidente garantiu que vetaria tudo.
Nos últimos dias, porém, a equipe econômica foi informada de que alguns ministros estão tentando convencer o presidente a manter a exclusão de pelo menos algumas categorias, como as que têm atuação direta no combate ao coronavírus, e também policiais.
Se isso acontecer, a avaliação no Ministério da Economia é que seria uma “péssima mensagem” para os agentes econômicos, na direção contrária do que o próprio presidente da República já disse, que segue a cartilha, na área econômica, do seu posto Ipiranga, o ministro Paulo Guedes.
Bolsonaro deve sancionar o projeto de socorro a estados e municípios entre esta segunda-feira (11) e a terça-feira (12).
Com as mudanças realizadas por deputados e senadores, a economia, que poderia ser de R$ 130 bilhões, cairia para R$ 43 bilhões.
Um eventual veto presidencial não deve ser analisado no curto prazo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já disse que não colocaria a decisão do presidente em votação durante o período de enfrentamento da crise do coronavírus.