Irresponsabilidade da população prorroga quarentena em SP
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A quarentena determinada por João Doria em São Paulo não deve ser relaxada de forma significativa a partir do dia 11 na região metropolitana de São Paulo, data marcada pelo governador para anunciar planos de flexibilização para o estado.
Os dados da Grande São Paulo, que reúne 39 municípios, mostram que o risco de relaxamento pode ser enorme: 85% dos leitos de UTI da região já estão ocupados com pacientes de Covid-19. E a curva de casos cresce.
“Em qualquer hospital, quando esse percentual passa de 80% já é motivo de grande preocupação. É preciso sempre ter uma reserva”, diz o ginecologista Geraldo Reple, secretário de Saúde de São Bernardo do Campo e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do estado (Cosems/SP).
Doria fez reunião virtual com os prefeitos da região na quarta (29). E eles já estariam conformados com a ideia de a quarentena talvez ter que seguir. “Eles estão sensíveis pois estão vivendo na pele a situação”, diz Reple, que participou do debate.
Ele afirma que mesmo no interior, onde o número de casos é menor, a situação preocupa. “A maioria dos secretários de saúde é favorável à manutenção do isolamento social”, afirma Reple.
Em São Bernardo do Campo, as UTIs de hospitais públicos lotaram, e a prefeitura requisitou leitos de instituições privadas. De 160 internados em estado grave, 40 estão em UTIs públicas e 11, em privadas.
Reple afirma que reformou um hospital só para Covid-19 e que 80 novos leitos de enfermaria e 20 de UTI serão entregues ainda nesta semana. Um hospital de campanha com 250 leitos ficará pronto em meados do mês.
“Ainda precisamos de tempo para estruturar o sistema. E o isolamento é fundamental para isso”, diz o secretário de saúde.