Lockdown funciona e Maranhão começa abertura
Foto: Denio SImões/Valor
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou nesta sexta-feira que as aulas presenciais estão previstas para serem retomadas no Estado em 15 de junho, menos de um mês depois do término do “lockdown”, que vigorou até o dia 17 na região metropolitana de São Luís.
A reabertura gradual das atividades não essenciais começou nesta semana, oito dias depois do fim do “lockdown”. O isolamento total na capital e nas cidades de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa foi determinado pela Justiça e teve duração de 12 dias, entre os dias 5 e 17.
Segundo o governador, o retorno às aulas será gradual e começará pelo ensino superior, nas graduações e pós-graduações, e depois no ensino fundamental e na educação infantil. A retomada terá início nas séries mais avançadas – terceiras séries do ensino médio e períodos finais das faculdades e universidades – até as séries iniciais.
As instituições de ensino deverão alternar horários de entrada e saída dos estudantes e ainda reduzir a quantidade de alunos por turma, respeitando a distância de 1,5 metro entre estudantes e profissionais. Atividades esportivas presenciais estão suspensas e as solenidades de formatura do ensino médio e superior ocorrem de forma virtual.
As curvas de casos e de mortes por covid-19 no Maranhão são ascendentes. O Estado registrou 27.979 pessoas com a doença e 887 óbitos. Em duas semanas, o número de mortes dobrou e o número de casos triplicou.
A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na Grande São Luís é de 97,39% e no interior é de 76,11%, segundo dados divulgados na quarta-feira.
Apesar disso, as atividades econômicas serão retomadas gradualmente até o dia 29 de junho. Neste momento, shoppings e academias permanecem fechados.
O anúncio da retomada das aulas foi criticada nas redes sociais e Dino tornou-se um dos assuntos mais comentados na tarde desta sexta-feira no Twitter. Em resposta, o governador afirmou que a previsão de retorno às aulas no Maranhão estava fixada em 1º de junho e o governo adiou a previsão para o dia 15. “Por que editar um decreto hoje sobre atividades educacionais? 1. Se não editasse, as aulas voltariam na próxima segunda. 2. O decreto fixa normas sanitárias que valerão QUANDO as aulas retornarem. 3. O decreto diz, no art. 14, que datas de retorno serão fixadas posteriormente”, escreveu Dino no Twitter.
Em um vídeo publicado no site do governo, Dino afirmou que pela primeira vez, desde o início da pandemia, a taxa de letalidade caiu abaixo de 3% (está em 2,99%), abaixo da média brasileira de 6,1%.
Em portaria publicada na quinta-feira, o governo do Maranhão disse que fez uma “acentuada oferta de leitos exclusivos para o tratamento da covid-19”, passando de 230 leitos para 1.519, sendo 1.122 de enfermaria e 397 de UTI.