Mandetta critica Bolsonaro em tevê americana
Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta criticou a maneira que o presidente Jair Bolsonaro tem conduzido a crise do coronavírus em uma entrevista à CNN norte-americana.
Na entrevista, que foi ao ar pouco antes de o STF tornar público os exames do presidente que deram negativo, Mandetta afirmou que não sabia quais eram os resultados dos testes, mas que o presidente estava presente na “viagem do coronavírus”.
“O que eu sei é logo depois que ele fez uma viagem aos EUA, na qual todos eles [a comitiva presidencial] jantaram com o presidente [Donald] Trump e o cara da comunicação [o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten] voltou no avião com a doença. Das pessoas que viajaram com ele, 17 testaram positivo até 15 dias depois que ele chegou. Essa viagem foi uma viagem do coronavírus”, afirmou Mandetta.
In March, Brazilian President Bolsonaro visited President Trump in Florida.
Bolsonaro’s former Health Minister @lhmandetta says that, “from the people that went with him, 17 tested positive in about 15 days after they arrived. So this trip was really a corona trip.” pic.twitter.com/QKDoQYwPS3
— Christiane Amanpour (@camanpour) May 13, 2020
O ex-ministro também afirmou que a influência de Trump sobre Bolsonaro só funciona parcialmente, já que o presidente dos Estados Unidos já voltou atrás em algumas ações sobre o coronavírus.
“Infelizmente, ele é um dos poucos líderes mundiais que continua com esse posicionamento que a economia deve voltar a qualquer custo e que a perda de empregos será pior e que as pessoas deveriam se preocupar em como manter a economia ativa”, disse Mandetta na conversa com a jornalista Christiane Amanpour. “Então é bem difícil dizer às pessoas que devemos que deixar a doença seguir seu curso natural e não nos expormos. O Trump ao menos voltou atrás”, finalizou.
Mandetta foi o ministro de Saúde do governo de Jair Bolsonaro, mas as visões distintas sobre como conduzir a crise do coronavírus viraram embates até que em abril, ele foi demitido pelo presidente e substituído por Nelson Teich.