Mídia internacional diz que Bolsonaro quer golpe

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Foto: Reprodução

A imprensa internacional repercutiu a participação neste domingo (3) do presidente Jair Bolsonaro em mais um ato com pautas antidemocráticas e inconstitucionais.

Manifestantes se aglomeraram em frente ao Palácio do Planalto para pedir o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, além de defender uma “intervenção militar com Bolsonaro” e criticar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou o grupo e ajudou a estender uma bandeira na rampa do Planalto.

Bolsonaro declarou, em fala transmitida nas redes sociais, que tem “as Forças Armadas ao lado do povo” e que “não vai aceitar mais interferência”. Disse, ainda, que pede a “Deus que não tenhamos problemas nesta semana, porque chegamos no limite”.

O presidente não explicou o que pretende fazer para evitar tais interferências ou qual seria o “limite” citado.

O jornal britânico “The Guardian” destacou que Bolsonaro “passou outro fim de semana agitando protestos nas ruas”, “desafiando os apelos do seu próprio Ministério da Saúde, para que os cidadãos fiquem em casa”.

A publicação ressaltou ainda a fala do presidente de que as “Forças Armadas e o povo” “estão com ele” e mencionou agressão dos manifestantes a um fotógrafo brasileiro, Dida Sampaio, do jornal “O Estado de São Paulo”.

Já o jornal argentino “Clarín” disse que o presidente fez um “discurso contra o confinamento” e deu destaque à crítica de Bolsonaro às políticas de isolamento social por parte dos governadores: “A destruição de empregos por alguns governadores é irresponsável e inadmissível. Pagaremos caro no futuro”.

A agência norte-americana Bloomberg destacou que o presidente “incita novo protesto em meio ao aumento nos casos” de novo coronavírus. A reportagem relembra que Bolsonaro havia recebido críticas por aparições em outros protestos.

O jornal “The New York Times” reproduziu reportagem da agência Reuters em que diz que o presidente liderou neste domingo uma “manifestação antidemocrática”, em meio a um momento do aumento dos casos do coronavírus no Brasil.

A publicação informou que Bolsonaro “atacou o Congresso e o Supremo Tribunal Federal durante a manifestação” e ressaltou que a agressão a jornalistas tem sido uma “rotina em crescimento no Brasil, na qual Bolsonaro e outros líderes tem chamado cotidianamente o trabalho dos principais jornais de ‘fake news'”.

A reportagem mencionou a agressão ao fotógrafo do Estadão “que foi chutado repetidamente nas costelas” pelos manifestantes.

O site do “Jornal de Notícias” publicou que o presidente voltou a “participar em ato antidemocrático”. A reportagem destacou que Bolsonaro e apoiadores se insurgiram contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que “travou a nomeação de um amigo para a Polícia Federal”.

Além disso, o jornal afirmou que o presidente aproveita os protestos para “disparar contra governadores estaduais por decretarem confinamentos devido à pandemia de Covid-19 e, agora, para atirar aos inimigos políticos, o último dos quais o ex-ministro e ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro”.

G1