Pai e filho, donos da Odebrecht brigam na Justiça
Foto: André Teixeira / Fernando Lemos / Agência O Globo
A guerra judicial entre a Odebrecht (comandada por Emilio Odebrecht) contra Marcelo Odebrecht ganhou um novo capítulo — e, para variar, pesado.
A Odebrecht entrou na Justiça de São Paulo com uma ação para anular um contrato com Marcelo pelo qual ele receberia R$ 52 milhões a título de “honorários complementares”.
O contrato foi assinado em 2017, quando Marcelo deixou a prisão e referia-se a valores a que ele teria direito nos tempos em que presidiu a empresa, entre 2013 e 2015. A Odebrecht diz que só assinou tal contrato por ter sido coagida por Marcelo, que a ameaçava.
Acusa ainda Marcelo de ter “comandado um dos maiores escândalos de corrupção já noticiados no país”, colocando o grupo “na maior crise financeira de sua história”. Mais: que as empresas do grupo ” lutam para sair da crise em que foram colocadas, principalmente, pelo Sr. Marcelo Odebrecht, para pagar mais de R$ 2,6 bilhões em penalidades devidas ao MPF, CGU, AGU, bem como os valores devidos a seus integrantes e credores”.
A ação utiliza-se de termos duros e tenta jogar nas costas de Marcelo a culpa de todo o mar de corrupção que grassava na empresa — como se os esquemas fraudulentos da Odebrecht tivessem se iniciado em seu período como presidente. É sabido que, com Marcelo no comando, o esquema criminoso ganhou vulto, mas obviamente a corrupção sempre esteve no DNA da Odebrecht, como de resto de todas as empreiteiras brasileiras