PT levará ao TSE nova denúncia contra Bolsonaro

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Foto: Jorge William/Agência O Globo

O PT vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que considere o suposto adiamento da Operação Furna da Onça pela Polícia Federal (PF) nos processos já em andamento sobre a cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro.

A operação mirou Fabrício Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro, por participação em um esquema de desvios de salários na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando o filho do presidente era deputado estadual. O empresário Paulo Marinho, em entrevista à “Folha de S.Paulo”, disse que a PF segurou a ação para que ocorresse apenas depois das eleições, evitando, assim, prejuízo à candidatura de Bolsonaro.

Como, por questões processuais relacionadas aos prazos, não é mais possível impetrar uma nova ação de cassação da chapa, os advogados eleitorais do PT resolveram aditar as que já tramitam, para que essa nova informação também seja levada em conta na ocasião do julgamento.

Segundo eles, a confirmação de que houve um adiamento proposital da operação para não macular a candidatura de Bolsonaro, que estava à frente nas pesquisas do segundo turno, pode ser considerado um fator de desequilíbrio nas eleições, apto a configurar fraude e abuso de poder.

Nos bastidores do TSE, no entanto, o entendimento é de que esse assunto é muito alheio às fundamentações originais para a cassação – a ação mais relevante é a que apura um suposto impulsionamento ilegal de mensagens antipetistas por empresários apoiadores de Bolsonaro.

A avaliação é a de que os novos fatos não devem ser determinantes para o julgamento, embora sirvam para acentuar ainda mais o desgaste político do presidente neste momento de crise social, econômica e sanitária.

Valor Econômico