Só 18% confiam no que diz Bolsonaro sobre covid19

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Adriano Machado/Reuters

Quase dois meses após o início das medidas de isolamento social no Brasil, Jair Bolsonaro sente os impactos de sua insistente postura em minimizar a covid-19. Como mostrou em primeira mão a Coluna, até aliados do presidente acharam de péssimo tom o churrasco anunciado (e, por causa disso, depois cancelado) para o final de semana em que o Brasil completou a fúnebre marca de dez mil mortos. Por essas e outras, a maioria dos brasileiros prefere seguir o que dizem os governadores. É o que indica pesquisa inédita feita a pedido da Coluna.

As recomendações dos governadores, em sua maioria pelo isolamento social como medida eficaz de combate à covid-19, têm mais influência no comportamento dos brasileiros do que o discurso de Jair Bolsonaro pela flexibilização das quarentenas e retomada da atividade econômica.

Pesquisa do Instituto Travessia indica que 65% dos entrevistados preferem seguir orientações dos seus governadores. O presidente convence só 18%, porcentual colado ao dos que disseram não seguir orientação de nenhum dos dois, 17%.

A pesquisa também apontou que, após 22 dias à frente do Ministério da Saúde, Nelson Teich ainda é desconhecido por quase um terço da população. Dos entrevistados, 28% não sabem avaliar o trabalho dele na pasta. Um terço (33%) aprova o ministro e 39% o desaprovam.

Na comparação com seu antecessor na Saúde, o resultado é ruim para Teich. Dos entrevistados, metade respondeu que o resultado do trabalho dele é pior do que o de Henrique Mandetta.

Para 31% dos entrevistados, Nelson Teich faz um trabalho melhor e 19% avaliaram que o desempenho de ambos é igual.

A pesquisa foi realizada por telefone na sexta-feira (8) e foram entrevistadas 1003 pessoas: 42% no Sudeste, 28% no Nordeste, 15% no Sul e 15% do Norte e Centro-Oeste. A margem de erro do levantamento é de três pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

As sugestões de se implementar fila única para leitos privados e públicos estão paradas no Ministério da Saúde. A tendência é que continuem assim mesmo, sem serem acatadas.

Estadão