STF permitirá que vídeo de Bolsonaro se torne público
Foto: Adriano Machado/Reuters
Decano do STF, o ministro Celso de Mello vai assistir nesta segunda ao show de horrores patrocinado por Jair Bolsonaro e seus ministros na famosa reunião de 22 de abril. Depois disso, ele decidirá se o país tem direito de ver o que seu governante e seus auxiliares fazem durante o expediente remunerado pelos pesados impostos que paga.
Pelo que já veio a público, é possível dizer que Bolsonaro queria montar um sistema de inteligência particular para blindar familiares e amigos de investigações criminais. A Polícia Federal era o alvo principal, mas Bolsonaro também contava com os arapongas da Abin e com a inteligência das Forças Armadas.
Para um presidente acostumado a usar o aparato estatal para perseguir e difamar adversários – o STF já mapeou o funcionamento do gabinete do ódio no Planalto –, não é pouca coisa.
A divulgação do vídeo será o próximo passo da investigação a cargo do decano do Supremo. A partir dela, a narrativa ganhar cores, sons, personagens com maior ou menor relevância, mas a gravidade dos fatos está posta. A rodada de depoimentos da semana passada deixou evidente que o presidente queria interferir na Polícia Federal e adotou medidas práticas para isso.
Caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, avaliar se o conjunto da obra já demanda ações concretas. A divulgação do vídeo tornará mais complicado esse julgamento, mas é essencial para que todos saibam o tamanho da encrenca que ronda o Planalto.
Será mais uma semana de notícias negativas ao presidente. Sergio Moro continuará cozinhando Bolsonaro em fogo baixo.