Superintendência da PF no Rio terá delegado da Lava Jato
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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rolando de Souza, escolheu o delegado Tácio Muzzi para chefiar a superintendência da corporação no Rio de Janeiro. A informação foi adiantada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pelo GLOBO. Muzzi vai substituir Carlos Henrique de Oliveira, que irá para Brasília ocupar a diretoria-executiva, o segundo cargo na hierarquia da PF.
O nome de Muzzi foi bem recebido pela corporação e diminuiu o clima de tensão. O delegado é respeitado internamente e apontado por colegas como qualificado tecnicamente para o cargo. Ele não era o nome indicado por Bolsonaro para a Superintendência do Rio. O presidente queria, no ano passado, a nomeação do delegado Alexandre Saraiva para o Rio, mas o nome foi barrado pela direção-geral da PF naquela ocasião.
Os motivos para a a troca na superintendência do Rio serão investigados pela Procuradoria-Geral da República, já que o ex-ministro Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tinha interesse em interferir politicamente na corporação e trocar a direção-geral e a chefia no Rio – ambas as mudanças foram feitas.
Muzzi é delegado da PF desde 2003 e, antes disso, trabalhou na Procuradoria-Geral do Banco Central. Na Polícia Federal, atuou no braço da Operação Lava-Jato no Rio e especializou-se em investigações sobre corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado. Ele já foi chefe do setor dedicado a crimes financeiros na Superintendência do Rio.
Entre 2017 e 2018, Muzzi ocupou cargos no Ministério da Justiça. Foi diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, área responsável pela articulação com outros países em ações contra corrupção e lavagem de dinheiro, e diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Ao voltar ao Rio, tornou-se o principal auxiliar do delegado Ricardo Saadi, que comandou a superintendência regional no início do governo Bolsonaro.