Teich sai por ter tido problemas dentro e fora do governo
Foto: Sérgio Lima/Poder360
O ministro da Saúde demissionário, Nelson Teich, que pediu exoneração na manha desta 6ª feira (15.mai.2020), sofria desprestígio inclusive fora do governo.
Em meio à pandemia, quando os municípios passaram a precisar de ainda mais interlocução com a pasta que Teich comandava, prefeitos preferiam tratar com o secretário-executivo, Eduardo Pazuello, que assumirá interinamente o comando.
General, Pazuello foi alçado ao cargo por sua capacidade de organização logística. Autoridades que lidam diretamente com o ministério o elogiam por conseguir tirar projetos do papel.
Ele é o responsável direto por compras de equipamentos e insumos e distribuição para as pontas do SUS (Sistema Único de Saúde), operadas principalmente por Estados e Municípios.
Em Brasília, a nomeação dele e outros militares para o ministério levantou suspeitas de que Nelson Teich seria tutorado na pasta.
O anúncio de que Pazuello ocuparia o cargo foi em 22 de abril. Teich tivera o nome confirmado no ministério em 16 de abril. Pediu exoneração 1 dia antes de completar 1 mês no cargo.
O antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido por discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro minimiza a pandemia e pressionava para que as pessoas voltassem ao trabalho, enquanto Mandetta prega o isolamento social como forma de conter o avanço do coronavírus.
O presidente da República também insistia em promover a cloroquina e a hidroxicloroquina como remédio viáveis para tratar a covid-19, causada pelo vírus. A droga tem efeitos colaterais sérios e não há comprovação científica de sua eficácia contra o vírus.
Mandetta tinha restrições à forma como Bolsonaro promovia o remédio. Teich, também.
A informação mais atualizada do Ministério da Saúde é de que o Brasil tem, até agora, 202.918 casos confirmados de covid-19 e ao menos 13.993 causadas pela doença.