Vídeo pedindo golpe militar se espalha nas redes
Foto: Reprodução
Um vídeo que clama que a população ocupe as frentes dos quartéis para demandar intervenção militar e classifica erroneamente a Constituição de 1988 de socialista começou a ser espalhado nas redes sociais e a incomodar artistas. A animação identificada com a tag #intervencaomilitarcombolsonaronopoder passou a ser disseminada há cerca de duas semanas e ganhou força nas últimas 24 horas, especialmente em apps de trocas de mensagens. Continua depois da publicidade
Com um narrador não identificado, a peça defende que seja declarado apoio aos militares, por parte da população, para que ela seja “ouvida”, e uma necessidade de “correção” da Constituição para liberar armamentos, proibir aborto e mudar parâmetros da prisão em segunda instância.
Negando qualquer caráter ditatorial de intervenções do gênero, o conteúdo utiliza, sem autorizaçao, cartuns de autores como Carlos Latuff e Laerte Coutinho. Nas redes sociais, Coutinho pede ajuda para denunciar o material, que classifica como fascista.
Tem um video fascista (sem autoria) aí que pede intervenção militar “com Bolsonaro” e usa desenhos de algumas pessoas – entre as quais eu. Acho que não preciso dizer que é apropriação ilegal. Recomendo a quem vir o vídeo fazer a devida denúncia e exigir que o YouTube o cancele.
— Laerte Coutinho (@LaerteCoutinho1) May 25, 2020
O material não tem autoria explícita, mas um dos primeiros registros públicos de sua publicação se deu no canal Dr Marcelo Frazão, que se apresenta como cientista, conferencista Internacional, professor universitário, escritor de política econômica, sociedade, engenheiro agrônomo, consultor gestão ambiental, executivo de marketing e empresário. O canal conta com 164 mil inscritos e exibe algumas centenas de comentários em favor da ideia.
Marcelo Frazão é conhecido da rede bolsonarista e já teve desentendimentos com figuras de influência do meio, a exemplo de Mauro Fagundes e Alan dos Santos. O grupo de denúncias contra monetização de sites que divulguem fake news denunciou o canal em questão na tarde desta segunda-feira (25/5).