Vírus e máscara fazem mulheres priorizar olhos
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O batom, um ícone do consumo por indulgência, que historicamente em momentos de crise registra aumento na demanda por consumidoras em busca de melhorar a autoestima gastando pouco, perdeu o posto na pandemia, segundo Artur Grynbaum, presidente do Boticário. As vendas da categoria de maquiagens começaram a reagir, mas, como as pessoas agora estão usando máscara, são os produtos para os olhos que estão mostrando resistência, de acordo com o empresário.
Os hábitos de consumo mudaram. Com a alta na procura de itens essenciais, como álcool e sabonetes, veio também o interesse maior por produtos para cuidar das unhas e dos cabelos em casa. Os itens de uso rotineiro, como xampu e desodorante, também resistiram.
No início da pandemia, a rede teve 34% de novos clientes no ecommerce.
Grynbaum não tem plano de fechamento definitivo de lojas. “Nosso esforço é de manutenção. Haverá ajuste de unidades que já estavam em projeto de fechar antes por movimento normal. Após a reabertura, avaliaremos, mas não devem ser muitas.”
Com lojas em 15 países, ele cita diferenças do Brasil na pandemia. “Vejo dois exemplos com alinhamento mais forte dos governos. Portugal começa a reabrir e parece que trouxe resultado. Na Colômbia teve um treinamento, um preparo organizado”, diz.
A empresa trabalha na retomada. “Uma fábrica já voltou e a outra vai retornar. Estão abertas, em cidades menores, mais da metade de nossas 4.000 lojas no país. Foi onde a lei permitiu e nós consideramos seguro”, afirma ele.
“Algumas pessoas mantiveram a rotina. Eu acordo de manhã e passo meu perfume para falar no Zoom. Para mim é fundamental.”
Artur Grynbaum, presidente do Boticário