Apenas 11% de bares e restaurantes de SP receberam ajuda do governo
Foto: Kaio Lakaio/VEJA
Pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgada nesta sexta-feira, 19, revelou que 40% dos bares e restaurantes da cidade de São Paulo devem fechar permanentemente devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19, conforme avaliação dos empresários entrevistados. Apenas 11,9% disseram ter conseguido algum dos financiamentos anunciados pelo governo e 45,2% julgam necessária a obtenção de financiamentos a juros reduzidos.
Mais da metade dos estabelecimentos (57,1%) demitiram funcionários e 83,3% utilizaram a suspensão do contrato de trabalho durante a pandemia para manter equipes ou reduzir demissões. A redução de jornada e salário (45,2%) e férias coletivas (33,3%) foram as outras alternativas para manter parte ou toda a equipe empregada.
A maioria (65,5%) dos empresários do setor avaliavam como prioridade a aprovação da Medida Provisória (MP) 936, que visa reduzir os impactos econômicos e as demissões durante a pandemia do novo coronavírus. A MP permite a redução de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato trabalhista, garantindo o pagamento de benefício emergencial do governo ao trabalhador. A pesquisa foi realizada no período entre 5 e 12 de junho, ou seja, antes da aprovação da MP.
Nove em cada dez (92,9%) empresários acreditam que, com a continuidade da pandemia, haverá recessão até o final do ano. Em 67% dos estabelecimentos, os empresários conseguiram negociar redução do aluguel. No entanto, 66,7% afirmaram que estão sendo cobrados pela média de consumo de energia elétrica dos meses anteriores à pandemia e 11,8% sofreram algum tipo de abuso, como juros abusivos, protesto sem aviso prévio e prazo curto para informar o consumo.
Em relação ao serviço de delivery, 73,5% estão trabalhando com entregas. Desses, 80% estão insatisfeitos com o atendimento dos aplicativos, como taxas abusivas e retirada de muitos estabelecimentos do sistema de entrega em horários de grande movimento, impedindo o cliente faça o pedido.
Em 57,5% dos casos, os empresários mostraram-se cautelosos e preferem pressionar para abertura mais gradual e segura; 25,9% concordam em não pressionar e esperar pela decisão das autoridades ou aguardar o arrefecimento da pandemia com a diminuição do risco de contágio e com clientes mais seguros para frequentar os estabelecimentos; e 19% desejam a abertura imediata.
Sobre a expectativa dos entrevistados, 70,2% estão preparados para a reabertura e 26,2% ainda não, sendo que, dentre esses, 13,1% justificam o risco de não haver clientes pelo receio de contaminação.