Covas ameaça demitir secretário caso transporte descumpra determinação
Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress
O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), deu um ultimato para que o transporte público municipal funcione corretamente durante a quarentena. Foi determinado que os ônibus devem circular apenas com passageiros sentados, mas nesta segunda-feira (8) já houve registro de lotações na capital.
“O secretário [de transportes, Edson Caram] tem até sexta (12) para conseguir fazer isso [que os ônibus não tenham pessoas em pé]. Se até sexta ele não conseguir fazer isso, a partir de segunda é outro secretário que vai tentar fazer”, disse Covas.
Segundo o prefeito, na manhã desta segunda-feira, 5% dos ônibus tiveram pessoas em pé. A prefeitura também ampliou a frota circulante a partir do início desta semana.
Desde a última sexta-feira (5), foram permitidos para voltar a funcionar na cidade de São Paulo escritórios e concessionárias automotivas, ainda com restrições, como parte do afrouxamento gradual da quarentena permitido pelo governo do estado.
Covas ainda disse que não prevê a abertura de novos equipamentos municipais durante o estágio atual da reabertura, apenas do Descomplica do Campo Limpo, que trabalha com capacidade de até 20% de atendimento, rodízio de funcionários, e com mães que tenham filhos em idade escolar e pessoas do grupo de risco trabalhando sempre de suas casas.
O prefeito disse que, durante toda a quarentena, 120 equipamentos municipais seguiram funcionando, a maioria ligado a assistência social e que somente na próxima fase da quarentena, a fase três, há previsão de que outras estruturas voltem a funcionar.
A maioria das cidades da Grande São Paulo seguem na fase vermelha da quarentena estipulada pelo estado, ou seja, sem permissão para afrouxar as regras de isolamento social, enquanto a capital está na fase laranja, a primeira da reabertura da economia.
Covas também negou que haja no horizonte do município qualquer intenção de fechar a cidade para a entrada de pessoas vindas de outras regiões.
“Qualquer ação que possa beirar a xenofobia e o desrespeito a pessoas que sejam de fora da cidade de São Paulo, a gente tem que tomar muito cuidado”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, as limitações impostas para os setores da economia que pretendam reabrir (por exemplo, uso de máscaras e restrição na capacidade de atendimento presencial) já garantem a segurança para a capital enquanto esta estiver em fase diferente dos municípios vizinhos.
O prefeito anunciou ainda que será publicado nesta terça-feira (9) um decreto com as diretrizes mínimas gerais para a reabertura de estabelecimentos.