Existe (acredite) um documentário sobre Sara “Quem?” Winter

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Alçada ao posto de grande estrela do movimento pró-Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal, a ativista Sara Winter já tem até um filme para chamar de seu. O serviço de streaming conservador Lumine produziu e lançou há algumas semanas “A vida de Sara”, documentário que mostra a trajetória um tanto bipolar da jovem de 30 anos que migrou em menos de uma década da agenda feminista para as pautas antidemocráticas de confronto com as instituições.

O longa de 1 hora e 16 minutos mostra como o período na prostituição levou Sara a buscar o ativismo no início da década. Embora fizesse curso de relações internacionais, a jovem entrou no ramo após fugir da casa onde morava com os pais e dois irmãos, um deles ligado a uma facção criminosa. Ela relata que, em 18 de maio de 2010, um cliente a violentou de uma forma que a fez abandonar a prostituição e buscar formas de protestar contra a violência.

No documentário, Sara relata que viu, na época, a página no Facebook do Femen – movimento ativista ucraniano em que mulheres protestavam por diversas causas fazendo topless – e enviou mensagem propondo trazer a iniciativa para o Brasil. Imediatamente, ela foi convidada a passar um período de treinamento no Leste Europeu e depois acabou retornando com a função de colocar em prática a sua própria ideia.

É daí que surgem as aspas mais interessantes do filme da líder do “300 do Brasil”. “Aprendi a fazer técnicas honestas e desonestas de protestos”, diz Sara, que em maio esteve em frente ao STF usando símbolos que faziam alusão a Ku Klux Klan. “Recebia 2 mil dólares a cada manifestação que fazia. (…). Já recebi várias encomendas de protestos, até de marca de roupa”, afirma a ativista sobre o passado, embora atualmente ainda não se saiba quem a financia (é esse, aliás, um dos focos do inquérito do STF que tem Sara como alvo).

Sara explica que se desvinculou do ativismo feminista após ter abortado um filho, atitude que atribui à influência de colegas feministas. Não fica claro em que momento Sara migra para a defesa do bolsonarismo e, muito menos, quando é que passa a achar natural ameaçar um ministro do STF com socos (a propósito, essa fase atual da vida dela não foi tratada no documentário, produzido em 2019).

Três detalhes do documentário que evidenciam a nova ideologia de Sara Winter: o abraço que recebe da ministra Damares Alves em visita ao seu gabinete; a blusa que veste com a mensagem “Olavo tinha razão” estampada; e a frase que diz enquanto treina tiros com um instrutor: “Não defendendo o empoderamento. Defendo o empoderarmamento”.

O Globo