Milícia bolsonarista gera atrito entre PGR e MPF
Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press
O clima não está dos melhores entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e integrantes do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF). Segundo informações de bastidores, a notícia de que a PGR havia instaurado um procedimento para apurar o atos envolvendo fogos de artifício contra o STF gerou aborrecimento em procuradores do DF, uma vez que a atribuição seria deles. O despacho foi assinado pelo procurador João Paulo Lordelo que, segundo informações do G1, pediu informação ao MPF-DF sobre as investigações dos atos de sábado.
No domingo, o MPF-DF também determinou a abertura de inquérito policial para investigar o lançamento de fogos de artifício contra o STF. Em nota publicada no site às 17h30 daquele dia, o órgão afirmou que o inquérito tramita em regime de urgência. Na semana passada, em 4 de junho, o MPF-DF criou um grupo com 11 procuradores para atuar nas representações, processos e procedimentos envolvendo atos antidemocráticos. Na nota publicada no domingo, foi incluída a portaria que criou esse grupo.
O que se fala internamente é que a criação do grupo foi uma resposta a possíveis pressões por parte da PGR. A ideia parte do princípio de que uma coisa é criticar um procurador, ou pressioná-lo para agir de determinada forma com um procedimento; outra coisa é pressionar 11. Não que o grupo tenha sido criado para enfrentar o PGR, mas a estrutura dá corpo para uma eventual pressão.
O clima ruim entre a PGR e o MPF-DF não tem relação com o pedido de prisão de Sara Winter e de outras cinco pessoas, feito ao STF pela PGR. No caso desse inquérito, que tem deputados entre os investigados, a competência é da Procuradoria. (ST, LC e JV)