OAB aciona STF contra censura de dados pelo governo
Foto: Fernando Moraes/UOL
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) anunciou hoje que a instituição vai entrar com uma representação contra o governo Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) pela decisão de não revelar mais o total de mortos e casos confirmados da covid-19 no Brasil.
O anúncio foi feito pelo presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, que já havia classificado a decisão como “um perigoso e letal vexame”. Hoje, ele afirmou se tratar de uma “ocultação proposital, injustificada e danosa”:
“A OAB irá ao STF, contra a omissão de dados sobre a pandemia, por parte do governo federal. É uma ocultação proposital, injustificada e danosa. Os dados estão sendo manipulados diariamente para dificultar a interpretação. O governo e o Covid trabalhando lado a lado contra o país”, escreveu Santa Cruz no Twitter.
A OAB irá ao STF, contra a omissão de dados sobre a pandemia, por parte do governo federal. É uma ocultação proposital, injustificada e danosa. Os dados estão sendo manipulados diariamente para dificultar a interpretação. O governo e o Covid trabalhando lado a lado contra o país.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) June 8, 2020
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no sábado (6) que o governo não vai mais informar o total de mortos e infectados pelo novo coronavírus. Não foi a primeira medida para dificultar o acesso às informações relativas à pandemia: antes, o horário da divulgação dos dados foi alterado para depois dos telejornais noturnos, os principais das emissoras de televisão.
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.