PM diz que ato contra Bolsonaro tinha 3 mil e a favor, 100 pessoas
Foto: José Brito e Talis Mauricio/CNN
Manifestações contra e a favor do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) começaram na tarde de hoje (7) em São Paulo. Desde as 14 horas, grupos se aglomeraram na Avenida Paulista, onde se reúnem os apoiadores do governo, e no Largo da Batata (zona oeste), onde se concentram os manifestantes contrários a Bolsonaro.
O tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, estimou, em entrevista à CNN, que 3 mil pessoas estiveram no Largo da Batata e 100 pessoas na Paulista. Não foram registrados confrontos em nenhuma das duas manifestações até as 15h30. O policiamento foi reforçado nos pontos esperados de manifestação.
Parte dos manifestantes contra o governo Bolsonaro, que estava concentrada no Largo da Batata, decidiu seguir em marcha pela cidade, pelas Avenidas Faria Lima e Rebouças, pouco antes das 17 horas. Essa manifestação não estava prevista para seguir em marcha.
Pouco antes das 18 horas, a tropa de choque da Polícia Militar fez um bloqueio na rua dos Pinheiros, para que os manifestantes não se deslocassem pela cidade. Mediadores da PM estão no local.
“Só fica agora quem quer provocar a polícia, o cidadão de bem, que se manifestou, já foi embora”, disse à CNN o secretário-executivo da PM, coronel Álvaro Camilo, sobre o bloqueio que ocorria por volta das 18h30.
Houve ainda, pouco antes, por volta das 16h40, um princípio de tumulto nas proximidades do Largo da Batata, quando um manifestante tentou depredar uma agência bancária, mas foi rapidamente contido por outros manifestantes.
Massera afirmou que 4 mil policiais militares estão envolvidos nas operações de segurança durante as manifestações pela capital paulista, além do apoio de drones e três helicópteros.
Em São Paulo, as manifestações a favor e contra Bolsonaro estavam sendo convocadas para a Avenida Paulista, com algumas horas de diferença e poucos quarteirões de distância. Mas a justiça proibiu a realização de atos de grupos politicamente antagônicos no mesmo local e data.
Com isso, o grupo contra o governo Bolsonaro se manifesta no Largo da Batata (zona oeste), enquanto na Avenida Paulista estarão os apoiadores do presidente.
Pelo menos 17 pessoas foram detidas por portar armas brancas até as 16 horas. Todas foram levados para delegacia.
Entre eles, sete são defensores da causa “Vidas Negras Importam” e estavam empunhando faixas pró-Democracia, mas se aproximavam da Paulista, espaço reservado para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Entre eles há um menor de idade que foi apreendido.
A Polícia Militar encontrou com os detidos coquetel molotov pronto e material para produzir um outro.
Havia com eles ainda um galão com dois litros de gasolina, óleo de cozinha e uma garrafa de vidro. Além disso, eles tinham também um bastão e um spray, que os policiais acreditam que seria utilizado para funcionar como um lança-chamas.
Um grupo de cerca de 100 militantes do PCO (Partido da Causa Operária) se aproximou da Praça do Ciclista, localizada ao final da Avenida Paulista, por volta das 14 horas. Mediadores da PM, facilmente identificados por coletes azuis, negociaram com os militantes para impedir aproximação deles com o grupo pró-Bolsonaro e manter o distanciamento ordenado pela justiça.
À CNN, os militantes do PCO disseram que não foram ao Largo da Batata porque lá há “lideranças que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff”. O grupo deixou a região da Av. Paulista por volta das 16h30.
Em Brasília, a manifestação foi tranquila. Um grupo composto por dezenas de pessoas se reuniu pela manhã para realizar manifestações na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes reivindicavam pautas antirracistas, anti-violência policial, há a presença de profissionais da saúde e também de estudantes.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou um esquema de segurança especial para este domingo. Na Esplanada dos Ministérios, o policiamento foi reforçado com a formação de um cordão de isolamento bem no meio do gramado para evitar que os manifestantes se encontrem.
A barreira também servirá para a revista dos participantes do ato, além do fornecimento de informações sobre a Covid-19, como a recomendação do uso de máscaras e para se evitar aglomerações.
No Rio de Janeiro, a manifestação é contra o racismo. A caminhada partiu do Monumento a Zumbi dos Palmares, próximo da Central do Brasil, e seguiu pela Avenida Presidente Vargas, até a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, onde os manifestantes ficaram por 30 minutos.
Os manifestantes apoiam a causa “Vidas Negras Importam” e os protestos contra a violência policial nos Estados Unidos, que vêm mobilizando milhares de pessoas pelo mundo desde que George Floyd, homem negro de 45 anos, foi morto sufocado por um policial branco.
Mais cedo, um grupo pró-governo se concentrou na zona sul da capital carioca, por volta das 10 horas, e fizeram caminhada pela Avenida Atlântica, na orla de Copacabana. Foi um protesto pacífico, sem confronto. No entanto, a polícia apreendeu tesouras, facas e bastões de madeira. Pelo menos 5 pessoas foram encaminhadas para uma delegacia em Copacabana.