Polícia do DF espanca homem negro sem razão
Foto: Reprodução
Imagens gravadas de um celular circulam em redes sociais e mostram agressão de um integrante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) a uma pessoa negra. O caso teria ocorrido na noite de segunda-feira (01/06), em Planaltina.
Nas cenas, dois policiais andam atrás da vítima, que está sem camisa. Um dos PMs bate quatro vezes com um cassetete nas costas dele, sem que houvesse revide por parte do agredido.
É possível ouvir o rapaz perguntando o que teria feito e grita de dor enquanto é atingido pelos golpes. Em determinado momento, chega a cair. Os policiais continuam perseguindo o homem e, então, a filmagem acaba.
De acordo com a delegacia da região, nenhuma ocorrência foi registrada ainda. Oficialmente, neste momento, um dos policiais está sendo ouvido na Corregedoria-Geral da PMDF. E o procedimento de apuração foi instaurado nesta terça (02/06).
Em nota, a corporação afirma que foi acionada pela população para a denúncias de perturbação da tranquilidade e da ordem pública, no local. E confirma que o final da ação foi registrada conforme o vídeo, mas não houve qualquer contextualização racista.
“Não há que se falar em atitude racista, mas de excesso na ação policial”, diz o comunicado. “Informamos que os policiais serão ouvidos, no devido processo disciplinar/criminal, pela Corregedoria, para verificar as circunstâncias do fato e que todo o excesso será apurado com o rigor que o caso requer”, termina.
O secretário de Segurança do Distrito Federal (SSP-DF), Anderson Torres, divulgou nota. De acordo com ele, a atitude não corresponde ao que é preconizado pela corporação.
“A SSP-DF e o comando da PMDF estão adotando todas as providências legais de apuração dos fatos ocorridos em vídeo que circula desde esta madrugada nas redes sociais”, diz o secretário no comunicado.
De acordo com a nota, já está em curso a instauração de Inquérito Policial Militar. “E deixamos claro, desde já, que as atitudes dos policiais em questão em nada correspondem às diretrizes de abordagem e conduta preconizadas pela corporação”, completa Torres.
O caso ocorre em meio a duas situações de violência que marcam o Brasil e o mundo. No Rio de Janeiro, uma operação policial acabou com a morte do adolescente João Pedro, de apenas 14 anos. Ele brincava em casa com amigos e primos.
Há também protestos no mundo inteiro após a morte de George Floyd, 46 anos. No dia 25 de maio, ele foi abordado por policiais na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos. Diversos vídeos mostram a vítima ao chão, imobilizada por um agente, que pressionava com o joelho o pescoço dela contra o chão.
George chegou a dizer que não conseguia respirar. O policial Derek Chauvin acabou preso na última sexta-feira (29/05).