Prefeito de Manaus faz denúncia criminal contra Bolsonaro
Foto: Pedro França/Pedro França/Agência Senado
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), apresentou queixa-crime contra Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O documento o acusa de injúria e difamação e foi movido por conta das declarações apontadas feitas pelo presidente durante a reunião ministerial de 22 de abril, cujo conteúdo se tornou público por decisão do próprio STF.
“Assim que tive acesso a essa conversa, que passa longe de ser uma reunião ministerial, decidi denunciar ao Supremo”, disse o prefeito. “Espero que o documento seja analisado de maneira séria e que o presidente responda judicialmente pelos seus atos”, completou. Arthur Virgílio Neto (PSDB), prefeito de Manaus
Um trecho do vídeo da reunião que tem sido usado como prova de que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal revela o presidente se dirigindo a prefeitos e governadores com palavras “de baixo calão”.
“Não posso deixar que este senhor, que não tem a mínima noção de governar um país, me ofenda de forma gratuita e sem motivo, como ele costuma fazer com outras pessoas”, justificou Arthur Virgílio.
A peça apresentada pelos advogados do prefeito de Manaus ao STF pede que a queixa-crime seja submetida também à Câmara dos Deputados para ser analisada sobre a possibilidade de abertura de processo penal contra o presidente.
Eles também ressaltaram com provas em anexo que as ações tomadas pelo prefeito durante a pandemia da covid-19 foram necessárias para atender o aumento na demanda por serviços públicos e garantir a segurança da população.
“Afirmar que alguém faça uso político da dor alheia e deseje aterrorizar a população é, efetivamente, agir não apenas para lhe expropriar a honra, enquanto uma das várias expressões da dignidade humana, mas a própria humanidade e, com isso, qualquer respeito que lhe seja devido”, diz a ação.