SP chega a 10 mil mortos em pleno relaxamento da quarentena
Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
No mesmo dia em que o governo de São Paulo anunciou uma parceria do Instituto Butantan com um laboratório chinês para a produção de uma vacina contra a Covid-19, o estado ultrapassou a marca de 10 mil óbitos na pandemia.
Desde a primeira morte confirmada pelo novo coronavírus no país, em 17 de março, em São Paulo, o estado chegou nesta quinta-feira a 10.145 mortes pela doença, segundo dados anunciados pela Secretaria de estado da Saúde.
Além disso, soma 162.520 pessoas infectadas, depois de pouco mais de três meses desde o primeiro caso de infecção confirmado no país – também em São Paulo, em 26 de fevereiro.
Mesmo com o avanço dos casos de Covid-19, o comércio de rua foi reaberto na capital paulista, como parte de uma série de medidas de flexibilização da quarentena em São Paulo e no interior.
Locais populares como a rua 25 de Março e lojas de fantasia, com artefatos para festas juninas, tiveram bom movimento desde ontem. A autorização da prefeitura permite que lojas e imobiliárias funcionem das 11h às 15h, seguindo recomendações de higiene sanitária e distanciamento.
São Paulo é o estado que registra mais óbitos no país em termos absolutos, embora não seja o com maior incidência e mortalidade por cem mil habitantes – fica atrás de Rio de Janeiro e Espírito Santo, por exemplo, nesses quesitos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Informações atualizadas da Secretaria da Saúde mostram também que a taxa de ocupação de UTIs em São Paulo é hoje de 69,4%. Na Grande São Paulo, é de 77%. Há ainda 5.211 pessoas internadas em UTIs, e 8.085 em enfermarias.
Na mesma coletiva de imprensa de divulgação dos dados da saúde, o governo de São Paulo anunciou que o Instituto Butantan vai produzir uma vacina contra o coronavírus em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.
As fases 1 e 2 da vacina foram desenvolvidas na China, com 144 e 600 voluntários, respectivamente. A próxima fase, a ser realizada no Brasil com 9 mil voluntários, é o ensaio clínico, no qual verifica-se também eficácia, segurança e imunogeneticidade em humanos.
O acordo prevê a participação de São Paulo na fase 3, de testes clínicos, ao custo de R$ 85 milhões. A previsão é que a imunização esteja disponível no Brasil até junho de 2021, se comprovada sua eficácia.