STF sugere que vai peitar capitão e generais
Foto: Reprodução/Istoé
por Eduardo Guimarães
Na edição do programa Roda Viva (TV Cultura) da última segunda-feira 15, o colunista da Folha de São Paulo Bruno Boghossiassian perguntou ao entrevistado da vez, o ministro Luis Roberto Barroso, do STF e do TSE, se o tribunal que preside (o segundo) se deixaria intimidar pela ameaça feita por Bolsonaro naquele mesmo dia, de que as Forças Armadas “não aceitariam” uma cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.
Destarte o fato da ameaça, Barroso se disse “preocupado” com as seguidas notas de militares da ativa, da reserva e do governo, muitas vezes garantindo o que não precisaria ser garantido. O que seja, o fato de que as Forças Armadas seriam instituições democráticas e, portanto, não-tendentes a golpes de Estado ou de qualquer outra natureza. Afinal, o que é fato sabido e consabido não precisa ser esgrimido…
Barroso também disse que tem “zero preocupação” com o que quer que possa acontecer se o TSE cassar a chapa Bolsonaro-Mourão porque não está no escopo da atuação das Forças Armadas se intrometerem nas decisões de um dos Poderes da República, quanto mais se for intromissão em um Poder a mando de outro.
Não é o que pensa o The New York Times – de longe, o maior jornal do planeta – ou mesmo o tão festejado Fernando Henrique Cardoso, de quem perdemos a conta das “análises” de que não haveria “clima” para golpes no Brasil e “no mundo de hoje”. Ambos, entre outros, veem o golpe ali na esquina…
Para arrematar a análise, Barroso lembrou que nunca houve notas militares ou ameaças do presidente da República ao STF por discordar de decisões do Tribunal, durante os governos Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma ou Michel Temer, de modo que via com “estranheza” e “preocupação” os fatos recentes. Nada disso, porém, fez Barroso admitir qualquer ação ou reação da Justiça à intimidação.
Redação