Suplicy comemora possibilidade de renda mínima
Foto: Danilo Fernandes / Agência O Globo
O anúncio do governo federal de que criará um programa de renda mínima permanente, após a pandemia do novo coronavírus, batizado de Renda Brasil, é uma vitória pessoal do atual vereador, pelo PT, em São Paulo, Eduardo Suplicy, 79 anos. Ainda nos anos 1970, ele escrevia artigos a favor da tese. “A Renda Básica de Cidadania não é uma questão de esquerda ou de direita. É, sim, de bom senso”, diz Suplicy. O ex-senador é capaz de passar horas listando pensadores de todas os matizes defendendo a renda mínima. Lembra, por exemplo, de uma cena do livro Utopia (1516), de Thomas More, em que um personagem que condena a pena de morte diz: “Muito mais eficaz do que uma pessoa não ter outra alternativa senão a de se tornar primeiro um ladrão — para depois ser transformada em cadáver — é assegurar a sobrevivência das pessoas”. O próprio Paulo Guedes num debate na Câmara, em abril do ano passado, disse que Suplicy não estava sozinho e que Milton Friedman (1912-2006) defendia a renda mínima. No mais, é como um verso da canção “Blowin’in the wind”, de Bob Dylan, que o petista já repetiu um bilhão de vezes: “Quantas vezes um homem pode virar sua cabeça fingindo que ele não vê. A resposta, meu amigo, está soprando ao vento”.