Vendo-se em minoria, Bolsonaro pede a apoiadores: #FiqueEmCasa
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Após conflitos registrados em São Paulo e no Rio de Janeiro em manifestações no domingo, 31, o presidente Jair Bolsonaro recomendou a seus que apoiadores evitem marcar atos na mesma data em que houver protestos a favor da democracia e contrários ao seu governo. Em um tom de cautela, o presidente afirmou que, como no próximo domingo, dia 7, já há a previsão de atos do outro grupo, o melhor seria deixá-los “sozinhos”.
“Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa sozinho o domingo (…) Já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá”, recomendou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.
Diferentemente de outros dias, Bolsonaro convidou os apoiadores a ficarem em área interna do Alvorada durante a conversa, distantes da imprensa. Ele afirmou que, agora, os jornalistas não poderão mais dizer que estão sendo agredidos pelo presidente. Na semana passada, veículos de comunicação abandonaram a cobertura no local por falta de segurança.
Um de seus apoiadores, então, reclamou dos “caras de preto”, uma referência à cor de roupa utilizada nos atos antifascismo e contra o racismo do domingo. “Precisamos acabar com esses caras de preto batendo na gente, presidente”, disse o apoiador.
O presidente reagiu pedindo para que os bolsonaristas evitem fazer um ato no mesmo dia, e completou que não coordena nada, apenas prestigia as manifestações. Ontem, Bolsonaro esteve mais uma vez em ato que ocorreu em Brasília a favor do governo. “Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Vocês fazem um movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos. Eu acho que, já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá.”
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a defender a redução no controle de armas para a população, mas ponderou que o intuito é que os cidadãos possam se proteger de crimes. Ele também criticou o ex-ministro Sérgio Moro, dizendo que ele estava alinhado a outra ideologia.
Um ato no domingo contra o governo Bolsonaro, autointitulado pró-democracia e antifascista e organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista, terminou em confronto entre manifestantes e apoiadores do presidente e também com a Polícia Militar – que interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
A confusão, que durou ao menos uma hora, tomou conta da avenida e deixou um rastro de destruição: vidros quebrados, caçambas de lixo e entulho revirados e fogo ateado em objetos no meio da via. Seis pessoas foram detidas, segundo a PM.