Wassef complicou Bolsonaro com juras de proximidade
Foto: Reprodução | Isac Nóbrega/PR
Durante o fim de semana, houve forte desconforto entre auxiliares próximos do presidente Jair Bolsonaro com as declarações de Frederick Wassef, agora o ex-advogado da família. A insistência de Wassef de explicitar sua proximidade não só com o senador Flávio Bolsonaro, mas também com o próprio presidente, estava na contramão da estratégia definida no Palácio do Planalto ainda na quinta-feira (18) de distanciamento do advogado.
Mas a situação delicada na relação entre Wassef e a família Bolsonaro, após a prisão de Fabrício Queiroz em um imóvel que pertence ao advogado em Atibaia, no interior de São Paulo, foi explicitada na noite de domingo (21). O excesso de cuidado do senador Flávio para dispensar Wassef foi uma demonstração de que a família quer evitar novos problemas com o agora ex-advogado.
Apesar de ter sido afastado da defesa de Flávio, o parlamentar disse que a decisão partiu do próprio Wassef e que ele foi contrário a ela. Queiroz e Flávio são apontados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como suspeitos de participação em um suposto esquema de “rachadinha” na época em que o senador era deputado. Wassef fazia a defesa do senador no processo.
Ainda na sexta-feira (19), uma nota da advogada Karina Kufa informava que Wassef não defendia o presidente. Mas no fim de semana, o advogado fez questão de afirmar que era responsável pela defesa de Bolsonaro. Isso foi interpretado como um sinal de que Wassef queria uma saída honrosa.
Para aliados do governo, Wassef mudou de status rapidamente, passando de “anjo” para se transformar em um grande problema da família Bolsonaro. “Se antes o advogado era a solução para tudo, ele virou um grande problema depois da prisão de Queiroz no seu imóvel”, reconheceu um parlamentar próximo ao Planalto. “Mas agora é preciso cuidado para evitar que Wassef possa causar estragos”, ressaltou.