2a onda obriga Índia a fechar economia de novo
Foto: Manjunath Kiran / AFP
Um aumento de casos de Covid-19 resultou no retorno da quarentena para cerca de 120 milhões de pessoas no norte de Bihar, na Índia. As medidas de segurança sanitária ficarão em vigor por duas semanas, a partir desta quinta-feira (16). O país é o terceiro mais afetado pela pandemia, com quase 1 milhão de casos confirmados.
No sul do país, mais de 13 milhões de pessoas em Bangalore e região também estarão confinadas por dez dias a partir da próxima terça-feira (21). A segunda nação mais populosa do planeta, que confinou sua população de março a junho, somava 23.727 mortes e 906.752 casos confirmados de Covid-19 até esta terça-feira (14).
Até o momento, as regiões de Bihar e Bangalore tinham registrado relativamente poucos diagnósticos da doença. Entretanto, nos últimos dias, o número de casos sobe de 5% a 10% por dia, num contexto que ainda é de subnotificação e pouca testagem devido à pobreza. Em Bihar, são realizados 60 vezes menos exames por habitante do que em Nova Délhi, relata o correspondente da RFI na cidade, Sébastien Farcis.
Oficialmente, a região, de 100 milhões de habitantes, teve 20 mil casos e 150 mortos pela Covid-19. Os hospitais já são superlotados em tempos normais e as autoridades temem uma grave crise sanitária se o vírus se espalhar ainda mais. Para evitar o pior, preferem decretar medidas rígidas: todos os comércios, escritórios, mercados e transportes deverão ficar fechados até 31 de julho.
Já Banglore é uma das cidades mais ricas da Índia, mas mesmo assim não estaria pronta para uma propagação maior do coronavírus, sobretudo pela falta de médicos. Somadas, as duas regiões confinadas reúnem 10% da população indiana. No restante do país – à exceção de Nova Délhi e Mumbai, onde o contágio está estabilizado –, o coronavírus avança com uma rapidez preocupante, em especial no sul e no leste. O pico nacional de contaminações ainda não foi atingido.
Em outras partes do mundo também foram restauradas restrições para tentar impedir a propagação do vírus. O governo britânico decidiu, nesta terça-feira, tornar obrigatório o uso de máscaras nas lojas da Inglaterra a partir de 24 de julho, uma medida que foi recebida como positiva, mas tardia.
No Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 19,1% entre março e maio, em comparação com os três meses anteriores, e o país pode enfrentar a pior recessão “em 300 anos”, de acordo com uma agência do governo.
No setor da moda, a Itália iniciou sua primeira semana de moda virtual nesta terça-feira, depois de Londres e Paris. Apenas duas marcas farão desfiles presenciais.
Na França, a festa de 14 de julho foi adaptada em razão do vírus. O tradicional desfile militar na Champs-Élysées foi realocado e reduzido pela metade, com 2.000 soldados. Muitos fogos de artifício foram suspensos.