Advogado que ajudou Queiroz tem longa capivara

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Foto: Reprodução

Com o aparecimento de Fabrício Queiroz em Atibaia, em 18 de junho, veio à tona um nome fundamental na trama para fazer com que o ex-PM suspeito de ser laranja do clã presidencial evaporasse do mapa por um ano e meio: Edevaldo de Oliveira, 63 anos, morador da mesma Atibaia e homem de firmes laços com o agora ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Com ele, Edevaldo, também advogado, reuniu-se, na presença do próprio Queiroz, para articular a operação que o manteve escondido na casa de Wassef, segundo reportagem do jornal O Globo. Mesmo insistindo em que “apenas conhece” o ex-advogado dos Bolsonaro, Edvaldo foi designado em janeiro de 2019 para uma importante missão envolvendo seu principal cliente, o senador Flávio Bolsonaro: acompanhar o depoimento de um ex-assessor investigado no caso da rachadinha — esquema de desvios implantado em seu gabinete quando era deputado estadual. É sabido que, antes de atuar nos tribunais, o advogado de Atibaia foi policial rodoviário federal — mas seu bem guardado currículo revela muito mais.

VEJA teve acesso ao processo número 2013/0174509-2, um calhamaço de 460 páginas que inclui uma extensa lista de crimes aos quais Edevaldo respondeu. Em 1995, ele foi condenado e preso por falsidade ideológica e roubo de cargas. As investigações mostraram que o ex-policial parava motoristas em rodovias para depois assaltá-los. Também foi acusado, mas não condenado, de integrar uma quadrilha comandada por um delegado que praticava extorsão de criminosos e tráfico de drogas. Chamam atenção ainda no vasto documento dois processos por homicídios qualificados e um por tentativa de homicídio. Destes, Edevaldo acabou sendo inocentado. Mesmo com toda essa ficha, ele obteve o registro na Ordem dos Advogados do Brasil, que conseguiu em 2011, depois de uma graduação em direito. A lei 8 906, que rege o estatuto da Ordem, estabelece que só são aceitos na instituição profissionais com “idoneidade moral”. Pois Edevaldo pegou a carteirinha número 35 330 apresentando um processo de reabilitação criminal, instrumento que garante a quitação de contas com a Justiça, embora àquela época ainda pesasse sobre ele uma das acusações por homicídio, da qual se livraria apenas em 2017. A VEJA, ele diz: “Foi tudo legal”. Agora que ganhou os holofotes, o currículo nada envernizado que queria ver enterrado volta a assombrá-lo.

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