Ao menos 15 parlamentares federais pegaram covid19
Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Desde a chegada do novo coronavírus no país, até agora, ao menos 15 parlamentares, entre senadores e deputados federais, testaram positivo para a Covid-19. As atividades presenciais nas Casas foram interrompidas por causa da pandemia, contudo, o Congresso tem analisado a possibilidade de retomar sessões presenciais. Essa iniciativa preocupa porque, enquanto isso, os números de casos e de mortes pelo vírus seguem aumentando no país.
Seis senadores testaram positivo para o novo coronavírus – cinco tiveram os sintomas da Covid-19 e um não teve nenhuma reação. Em março, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Prisco Bezerra (PDT-CE) foram diagnosticados com a doença.
Em maio, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é cadeirante, contraiu o vírus, aparentemente de sua cuidadora. E, em junho, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) testou positivo. Um senador que não quis se identificar também testou positivo, segundo o Senado.
Em relação aos deputados federais, ao menos nove informaram publicamente que foram infectados com o coronavírus. O número exato de parlamentares contaminados foi solicitado pelo Metrópoles à Câmara dos Deputados, mas não houve retorno.
Veja a lista de deputados que revelaram ter contraído o vírus:
Cezinha de Madureira (PSD-SP)
Silas Câmara (Republicanos-AM)
Ricardo Barros (PP-PR)
Wladimir Garotinho (PSD-RJ)
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ)
Júlio César (PSD)
Coronel Tadeu (PSL-RJ)
Daniel Silveira (PSL-RJ)
Darci de Matos (PSD-SC)
Celeiro de Covid-19
Quando os números de casos de Covid-19 no Brasil começaram a subir, autoridades de Saúde passaram a recomendar o isolamento social como forma de diminuir a proliferação do vírus. Com isso, as atividades na Câmara dos Deputados e no Senado foram interrompidas. Na Câmara, até há sessões híbridas, com pequena parte dos parlamentares comparecendo ao plenário, como nessa terça (21/7), para a votação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Na ocasião, foi aprovada a proposta que renova o fundo e amplia gradualmente a contribuição da União, até o percentual de 23% a partir de 2026.
Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, há riscos na volta das atividades presenciais no Congresso. Isso porque trata-se de um local com grande circulação de pessoas e, por isso, aumentam as chances de contaminação pelo coronavírus. Além disso, a Câmara e o Senado são espaços fechados. Não há janelas nos plenários, o que dificulta a circulação de ar.
“Qualquer lugar onde a gente promova aglomeração é um risco maior de contágio. Nesse caso, cabe o julgamento do parlamentar se realmente é necessário comparecer na sessão. Sempre que pudermos priorizar as atividades que evitem aglomeração – e lá não é diferente –, é o ideal. E isso vale para qualquer tipo de serviço. O não contato é sempre melhor”, avaliou a infectologista.
Para Ana Helena, a forma ideal de continuidade das atividades parlamentares seria utilizar os meios on-line. Mas, caso não haja essa opção, que os deputados se exponham “de maneira adequada”, usando os equipamentos indicados pelas autoridades de Saúde. “Se eles exigem que a população cumpra as medidas, também precisam dar exemplo”, falou.
O Metrópoles entrou em contato com as Casas para saber quais medidas serão tomadas em caso de retorno das sessões presenciais, contudo não obteve retorno. Os sindicatos que representam os servidores da Câmara e do Senado também foram procurados, mas não se manifestaram. O espaço continua aberto.