Bolsonaro é aconselhado a se afastar de radicais
Foto: Alan Santos/PR
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro têm o aconselhado a se afastar do seu núcleo de apoiadores mais radicais se quiser se manter no cargo e ter boas chances de reeleição.
A votação do Fundeb na Câmara nesta terça-feira, inclusive, reforçou essa percepção. No primeiro turno, apenas sete deputados votaram contra a proposta. Todos bolsonaristas: Bia Kicis (PSL-DF), Chris Tonietto (PSL-RJ), Filpe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz Philippe (PSL-RJ), Marcio Labre (PSL-RJ) e Paulo Martins (PSC-PR).
A avaliação é a de que Bolsonaro precisa fazer um movimento semelhante a que o ex-presidente Lula fez no início do seu governo. Na ocasião, a ala mais radical do PT fez oposição à reforma da Previdência. O grupo acabou deixando o partido para fundar o PSOL. Foi o símbolo do pragmatismo político que o PT adotou e que acabou marcando seus governos.
Agora, Bolsonaro tem sido aconselhado a fazer o mesmo. O próprio processo de pacificação política em curso, com Bolsonaro mais contido em suas declarações é apontado como exemplo mais nítido desse processo.
Ainda assim, ninguém no entorno do presidente assegura que o movimento é definitivo. Isso porque o presidente também ouve muito a ala considerada mais radical, que tem acesso direto a seu filho 02, o vereador pelo Rio, Carlos Bolsonaro. Assessores do presidente relatam inclusive episódios recentes em que eles aconselharam-no a fazer gestos políticos a outros poderes e até à imprensa, mas que foi demovido após interferência desse grupo.