Bolsonaro pode pôr super negacionista na Saúde
Foto: Marcos Corrêa/PR
Desde que deixou o governo para dar lugar a Onyx Lorenzoni na Cidadania, Osmar Terra luta para voltar à Esplanada. Virar ministro da Saúde passou a ser projeto quando Jair Bolsonaro começou a se entranhar com Luiz Henrique Mandetta. A caminhada, no entanto, é muito complicada.
Conselheiros importantes de Bolsonaro são radicalmente contra instalar Terra na Saúde. Citam motivos conhecidos como as previsões furadas do deputado. Já o ex-ministro, que é da área e tem mantido contato frequente com Bolsonaro por telefone, não se intimida diante dos adversários e segue tentando ganhar terreno.
Enquanto o presidente pensa em mais uma crise criada de RH do governo, o general Eduardo Pazuello segue tocando a agenda de reuniões com secretários de Saúde. Seus aliados dizem que assim como não trabalhou para virar ministro, não tem o poder de pedir para sair. Como militar, deixará a missão quando esta for declarada encerrada pelo chefe. Nesta terça o Radar mostrou que ele também se sente desconfortável no cargo, depois da crise aberta pelas críticas de Gilmar Mendes ao controle militar na área.
O drama da Saúde — que sob Pazuello foi institucionalizado — no governo é que Bolsonaro sequestrou o ministério para suas experiências pessoais. Médicos bolsonaristas e outros aventureiros passaram semanas frequentando a pasta para “contribuir” com os trabalhos do ministro interino. “O presidente é quem lida diretamente e tem o poder de interferir mais, mas essa coisa de todo mundo ter uma ideia, de achar que pode dar pitaco, atrapalha, sem dúvida. O ministro segue tocando agendas, executando as tarefas “, diz um auxiliar de Pazuello.
Se não quer nem ouvir falar em Osmar Terra, o núcleo palaciano já vem pavimentando a entrada de indicados do universo político em secretarias da Saúde. Trabalho liderado por Luiz Eduardo Ramos. Ele, como outros ministros e aliados, já tem nome para o lugar de Pazuello. Só falta o presidente pedir a lista.