Bolsonaro tira do país delegado da PF que investigava filhos
Foto: Gil Ferreira | Agência CNJ
Alvo de pressões do presidente Jair Bolsonaro para ser substituído, o ex-superintendente da Polícia Federal do Rio Ricardo Saadi foi designado para exercer a função de oficial de ligação do governo brasileiro junto à Europol, a Agência da União Europeia para Cooperação Policial. O cargo é novo e a nomeação foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje.
A previsão é que Saadi se mude para Haia, na Holanda, no próximo mês. Sua missão no país vai durar dois anos.
O cargo foi prometido ao delegado em 2019 após ele ser alvo de pressão de Jair Bolsonaro para que deixasse a chefia da PF no Rio. O delegado acabou sendo removido antes do previsto com o compromisso de que seria nomeado para um posto no exterior. A pressão de Bolsonaro para tirar Saadi do comando da PF no Rio foi destacada pelo ex-ministro Sergio Moro quando deixou o governo. Moro acusa Bolsonaro de intervir na Polícia Federal. Hoje o presidente é alvo de um inquérito que apura o ocorrido.
Integrantes da PF, porém, afirmam que o cargo não foi criado para abrigar Saadi. A cúpula do órgão também destacou a qualificação do delegado para o posto, já que ele foi diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) além de superintendente do Rio e do Rio Grande do Sul.