Governador do DF usou verba destinada a eleger mulheres
Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES
A Polícia Federal indiciou o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) por crime eleitoral de omissão na sua prestação de contas em 2018, em esquema de candidatas laranjas. De acordo com relatório da PF, recursos destinados a duas mulheres foram usados para pagar militância de rua do então candidato. Elas receberam cerca de R$ 1,08 milhão e declararam tais gastos. A investigação concluiu que os prestadores de serviços trabalharam, na verdade, para Ibaneis, que não informou as despesas.
Kadija e Psicóloga Dolores Ferreira, ambas do MDB, declaram R$ 798 mil com gastos de supostas atividades de rua para suas candidaturas. Segundo a PF, no entanto, “grande parte” deste dinheiro foi “para pagamentos de prestadores de serviços de militância de rua que declararam que trabalharam, em sua maioria, para o candidato majoritário Ibaneis Rocha.”
Kadija teve 403 votos e Psicóloga Dolores teve 551.
Os recursos foram enviados pelos diretórios nacional e estadual/distrital para as candidatas. Do total, mais de R$ 700 mil saíram de cofres públicos, do fundo partidário e do fundo eleitoral. O presidente do MDB à época era Romero Jucá.
O governador foi indiciado com base em dois artigos do Código Eleitoral, 350 e 353, que falam em omissão ou declaração falsa para fins eleitorais. Segundo a lei, a pena é de reclusão até cinco anos e multa. O caso ainda não foi analisado pela Justiça. Em depoimento à PF, ele negou irregularidades.
A assessoria do governador informou ao Painel que, nos esclarecimentos feitos aos investigadores, ele afirmou que não era dirigente ou gestor do partido e, portanto, não tinha responsabilidade sobre a nominata de candidatos. Além disso, suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral.