Médica da cloroquina vê “nazismo” nas recomendações sobre covid19
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Convidada pela TV Brasil, Nise Yamaguchi, médica entusiasta do uso de cloroquina contra a Covid-19, recomendou o uso preventivo de medicamentos sem eficácia comprovada e citou o nazismo para criticar o medo da doença.
No domingo, Yamaguchi descreveu no programa Impressões como deve ser o tratamento com cloroquina, ignorando o fato de não haver comprovação científica de sua eficácia.
“O tratamento é de cinco dias, de hidroxicloroquina. Isso eu posso falar, porque normalmente médico não pode falar receita de bolo na… Mas como ninguém vai conseguir se automedicar, porque precisa de receituário, de controle…”.
A médica também recomendou o uso preventivo da ivermectina, o que tampouco é embasado categoricamente por estudos clínicos.
“Você pode usar na primeira fase hidroxicloroquina ou ivermectina, ou os dois, com azitromicina e zinco. Porque essa composição é a melhor coisa”.
A apresentadora do programa da TV Brasil, Katiuscia Neri, concordou com a médica:
“Se você não traz essa informação para a gente de que há um tratamento, eu vou continuar com pânico em casa. Não é que a gente está pregando que as pessoas saibam de casa, mas que entendam que tem um tratamento. Esse medo também é muito prejudicial, né?”.
“O medo é prejudicial para tudo. Em primeiro lugar, te paralisa, te deixa massa de manobra. Qualquer pessoa, você pega… Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não submetessem diariamente a humilhações, humilhações e humilhações, tirando deles todas as iniciativas?”, respondeu Yamaguchi, pregando um “clima de otimismo”.
Nise Yamaguchi fez parte do gabinete de crise de Jair Bolsonaro contra o coronavírus em maio, com visitas ao Palácio do Planalto.
Foi cotada para substituir Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich no Ministério da Saúde, e chegou a falar que aceitaria o convite.
Nunca foi chamada, entretanto.