Skip to content
  • Home
  • TODOS OS POSTS
  • Editorias
    • Análise
    • Crônica
    • Reportagem
    • Denúncia
    • Aviso
    • Ativismo político
    • Entrevista
    • Manifesto
    • Opinião do blog
    • Últimas Notícias
  • Assinatura
  • Tv Cidadania
  • FALE COM O BLOG

Militares perdem ao se deixarem expor por Bolsonaro

28 de julho de 2020 Manuela Dorea Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Marcelo Régua / Agência O Globo

Para o antropólogo Piero Leirner, pesquisador das Forças Armadas há mais de 20 anos e professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o atual volume de participação em cargos no governo deixa os militares “expostos” em meio a um projeto de retomada discreta de participação política.

Em entrevista ao GLOBO, Leirner classificou como “Pentágono à brasileira” o modelo idealizado pela cúpula militar de participação no governo. O conceito pressupõe uma atuação constante na política interna do país, sob o argumento de exercício de “funções técnicas”.

O antropólogo, que lançou recentemente o livro “O Brasil no espectro de uma guerra híbrida – Militares, operações psicológicas e política em uma perspectiva etnográfica”, também avalia que a rivalidade entre olavistas e militares no governo Bolsonaro é um “telecatch”, isto é, uma luta encenada, útil aos dois lados. Para os militares, a comparação com os olavistas reforçaria uma imagem de “moderação” e de “resolução prática e racional” que, de acordo com Leirner, tem a finalidade de estabelecer um contraste com a figura do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, concedida por email:

O TCU estimou que o número de militares em cargos comissionados no governo dobrou em 2020. O que eles ganham com esta participação?
Esse processo de ocupação, além de criar uma espécie de máquina de controle, gera contrapartidas materiais e ideológicas. Do lado material, esta adesão “em rede” dos militares pressupõe o governo como “partido”, dando a ideia de que os interesses desta administração e dos próprios militares são “interesses nacionais”. E isso se complementa com a ideia de um projeto de “desaparelhamento” do PT que é sustentado por vários setores da sociedade. De certo modo é preciso também que se faça acreditar que há um projeto desinteressado nesse “reaparelhamento” militar, e não se enxergue isso como algo pensado por meia dúzia.

Para a cúpula das Forças Armadas, o governo Bolsonaro está cumprindo sua missão?
Temos que entender primeiro que “missão” é essa. A campanha de Bolsonaro começou nos quartéis em 2014, basta ver o que ocorreu em formaturas da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) desde essa época. Então vamos desconstruir a visão ingênua de que os militares embarcaram nessa candidatura de última hora. Juntando várias peças, eu diria que eles pensaram nela como parte de um projeto de transformação do Estado, uma “reinicialização” deste, pensando numa metáfora computacional.

O que é essa “reinicialização”?
Que no prazo deste governo teremos uma espécie de “Pentágono à brasileira” que estabelecerá as possibilidades de ação política do Estado. Os militares assumem o controle de informações que produzirão efeitos na política, e também o controle dos orçamentos que a política executa. Mas isso deve ser feito com um controle que “roda em segundo plano”. Não creio que esse protagonismo militar que estamos vendo agora se pretenda eterno; se isso acontecer é porque está dando errado. Os militares perdem se ficarem expostos.

Os generais não têm interesse, então, em sentar novamente na cadeira presidencial?
Pode ser, mas não precisam chegar lá, necessariamente. Pois, para que a “máquina” funcione como querem, é preciso haver a crença de que as instituições são fortes, que existam “freios e contrapesos”, e que somos uma democracia. Podemos ver isso agora, ao notar que algumas das instituições seguem uma espécie de roteiro, agindo reflexivamente em relação a Bolsonaro. Os militares do Planalto ficam no meio disso como chaves comutadoras, ou seja, operando o controle dessa narrativa, oscilando entre um lado e outro, e às vezes emitindo sinais contraditórios para ambos os lados.

As contradições de Mourão com a retórica do presidente ou gestos como o do general Pujol, recusando-se a cumprimentar Bolsonaro para seguir o protocolo contra a Covid-19, não indicam uma menor tolerância dos militares com o chamado “bolsonarismo”?
Os militares já entenderam que qualquer coisa gera mil interpretações, especialmente na imprensa, e ficam jogando com essas contradições. Mas temos que olhar para os elementos estruturais dessa relação. E quais são esses elementos? São os vários fatos que se inserem numa espécie de “looping”, onde quem produz o problema apresenta-se como a única solução viável para ele.

Onde Bolsonaro entra nisso?
O político Bolsonaro é um “problema” criado por um consórcio de militares, que é “resolvido” pelos “militares moderados” e outros satélites, como “judiciário”, “dissidentes” e “forças do centro”. O general Mourão desde o começo se porta como uma “resolução prática e racional” que agrada a vários lados.

Como os militares enxergam a atuação de olavistas no governo?
Para colocar de uma maneira bem simples, acho que a contradição entre eles é um “telecatch”, uma luta ensaiada. E por que (os militares) fazem isso? Porque precisam continuar empenhando a visão (internamente, inclusive) de que estão numa espécie de “missão de salvação”.

Quem ganha com esta aparente disputa?
Para ambos é excelente. Militares emulam uma contradição colocando olavistas em um feudo delirante, e olavistas produzem um feedback positivo que alimenta sua falsa posição “antissistema”, o que garante o preenchimento de um lugar que, se tomado por forças de esquerda, pode se tornar potencialmente explosivo. Ou seja, as forças reacionárias garantem a ocupação do espectro total da ação política.

O Globo

Tagged antropólogo bolsonaro expostos Forças Armadas governo militares pesquisador piero leirner


Navegação de Post

CNBB racha por relação com Bolsonaro
Militares perdem ao se deixarem expor por Bolsonaro
Últimas Notícias
  • PCC apoiou eleição deTarcísio

     26 de dezembro de 2024
  • Denúncia da PGR está pronta

     26 de dezembro de 2024
  • Como STF encurralou Bolsonaro, Trump e Musk

     25 de dezembro de 2024
  • Como Silveira planejou enganar o STF

     24 de dezembro de 2024
  • Flávio Dino disputará Presidência em 2030

     24 de dezembro de 2024
Youtube

Facebook
Facebook
Links
Altamiro Borges
Amigos do Presidente Lula
Blog do Mello
Blogueiras Negras
Blog do Sakamoto
Brasil 247
Brasil de Fato
Caros Amigos
Carta Capital
Cynara Menezes
DCM
Dilma Rousseff Facebook
Dilma Rousseff Twitter
Eduardo Guimarães Facebook
Eduardo Guimarães Twitter
Empório do Direito
Esmael de Moraes
Fundação Perseu Abramo
Jornalista Livres Facebook
Justificando
Le Monde Diplomatique
Luis Nassif
Lula Facebook
Lula Instituto
Lula site
Lula Twitter
Maria Frô
Mídia Ninja
Nocaute
O Cafezinho
Professor Hariovaldo
Rede Brasil Atual
Revista Forum
Rodrigo Vianna
Sputnik
Sul 21
The Intercept
Tijolaço
TVT
Ultrajano
Vermelho
Viomundo
Calendário
julho 2020
D S T Q Q S S
« jun   ago »
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  
Categorias
  • Análise
  • Ativismo político
  • Aviso
  • charge
  • Convite
  • Crônica
  • Debate
  • denúncia
  • Destaque
  • Documentário
  • economia
  • Enquete
  • entrevista
  • Entrevista
  • Esclarecimento
  • Humor
  • livro
  • Manifesto
  • Memes que falam
  • Noticiário
  • Opinião
  • Opinião do blog
  • Reportagem
  • Resistência ao Golpe de 2016
  • Sem categoria
  • Sorteio
  • Todos os posts
  • TV Cidadania
  • Últimas notícias
Tags
apoio bolsonaristas bolsonaro brasil campanha candidato congresso coronavírus Covid-19 covid19 CPI cpi da covid crise câmara dória eleições EUA fake news flávio bolsonaro Golpe governo impeachment investigação Jair Bolsonaro lava jato lula militares moro pandemia pesquisa pf pgr prisão psdb psl pt redes sociais senado sergio moro sp STF Supremo Tribunal Federal são paulo tse vacina
CC 3.0 - O crédito ao Blog da Cidadania é obrigatório.
Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso:OkPolítica de Privacidade