Militares querem interino da Saúde na reserva
Foto: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO
As críticas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes durante o final de semana, afirmando que o Exército está se associando a um “genocídio” por conta da condução do Ministério da Saúde durante a pandemia do coronavírus, repercute nos bastidores do governo.
Militares voltaram a pressionar o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde desde o início de junho, a pedir reserva — assim como fez o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de governo, no começo do mês. Generais da ativa querem se descolar da imagem de que há uma confusão entre o Exército e a política. Mas, com Pazuello na ativa, a estratégia é malsucedida. Segundo aliados de Bolsonaro, Pazuello já tinha sinalizado que pediria reserva no final do mês.
Com as críticas de Gilmar, integrantes do governo defendem que Pazuello peça reserva para blindar o Exército de críticas de que se mistura com a política.
As críticas de Gilmar, no entanto, irritaram o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que discute uma nova resposta ao ministro do STF. No fim de semana, o Ministério da Defesa já havia respondido a Gilmar (veja íntegra da nota mais abaixo).
Ao blog, o vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (13) que críticas a respeito da gestão do governo Bolsonaro na Saúde são “válidas”, mas que o termo usado pelo ministro do STF Gilmar Mendes a respeito do Exército foi “fora do tom”.
“Pode criticar a gestão, ele está no direito dele. Mas os termos foram fora do tom, foi infeliz”, disse o vice.
Nota do Ministério da Defesa
“O Ministério da Defesa (MD) informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares, efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, com 25.800 homens. O MD tem o compromisso com a saúde e com o bem-estar de todos o brasileiros de norte ao sul do País. A mobilização desta Pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Patria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.”