MPF quer que Aras demita procurador bolsonarista
Foto: José Cruz/Agência Senado
Integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um memorando em que pedem que ele considere “se é oportuno e conveniente” que o secretário-geral do órgão, Eitel Santiago, continue no cargo. A ação ocorreu após Eitel declarar que a eleição do presidente Jair Bolsonaro “foi uma obra divina”.
Ele teria dito ainda, em entrevista à CNN Brasil, que “as forças-tarefas do MPF funcionam, por vezes, de forma ilegal”, e que “prisões foram usadas pela Lava Jato para forçar colaborações premiadas” e “como instrumento de tortura” de investigados”. A informação sobre o pedido de demissão foi publicada pelo colunista Lauro Jardim, do O Globo, e confirmada pelo Correio junto a fontes na Procuradoria-Geral da República. O documeto é assinado pelos subprocuradores-gerais Nicolao Dino, Nívio de Freitas Filho, José Callou e Luiza Frischeisen.
Eitel é um nome de confiança de Aras. No entanto, passou um período aposentado e se envolveu em atividades político-partidárias e chegou a se filiar ao PSL, partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com uma fonte, ouvida pela reportagem do Correio, ele atua com dificuldades no cargo. “A função, aliás, vem sendo desenvolvida, na maior parte do tempo, pela secretária adjunta”, informa uma fonte.
A demissão de Eitel também seria um dos passos para a reestruturação de formas de trabalho, fusão de unidades de trabalho remoto em razão das necessidades criadas pela pandemia de coronavírus.