OAB quer membros da Lava Jato investigados
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O conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) solicitou que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) investigue as condutas dos integrantes da equipe da Lava Jato que entregaram seus cargos na semana passada.
Eles pediram demissão em reação à solicitação de informações pela subprocuradora-geral Lindora de Araújo, coordenadora do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República) e uma das principais auxiliares de Augusto Aras, que é presidente do CNMP.
No pedido, os conselheiros federais da OAB afirmam que “causou espécie” a reação de procuradores da Lava Jato “à diligência realizada por órgão hierarquicamente superior, notadamente quando se sabe que inúmeros foram os questionamentos sobre a legalidade de certas condutas da referida equipe, em diversas instâncias e em várias oportunidades”.
Os conselheiros também elencam reportagens que, após a solicitação da subprocuradora-geral, indicaram que agentes do FBI teriam atuado em investigações realizadas no território nacional pela Lava Jato (produzida pelo jornal The Intercept Brasil em parceria com a Agência Pública); que a força-tarefa teria camuflado nomes de algumas autoridades; e que equipamentos de gravação teriam sido utilizados por procuradores para captar comunicações pessoais, possivelmente de maneira irregular.
Por isso, os conselheiros da OAB pedem que, caso as supostas infrações sejam comprovadas, os envolvidos sejam punidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
Nas últimas semanas, uma crise se instalou no MPF após a ida a Curitiba de Lindora Araújo.
Lindora foi denunciada à Corregedoria-Geral do MPF pelos integrantes da força-tarefa da operação de ir à capital paranaense em uma “manobra ilegal” para obter dados sigilosos de investigações sob a responsabilidade do grupo.