Olavo e militares atacam novo ministro da Educação
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Subiu no telhado a nomeação de Renato Feder para ministro da Educação, o quarto em 18 meses de governo de Jair Bolsonaro. Dali poderá descer mansamente para ser consumada nos próximos dias. Ou então despencar, dando ensejo à procura de um novo nome.
Bolsonaro sabia disso ou adivinhou ao avisar a Feder que os dois só se reunirão depois do fim de semana. Os ministros militares batem o pé contra a escolha de Feder. Os evangélicos também, assim como o endividado e autoproclamado filósofo de Olavo de Carvalho.
Os militares querem um ministro para chamar de seu. O da Saúde ainda não foi efetivado no cargo. Mandar na Saúde e na Educação seria supimpa. Olavo quer que o ministério continue sendo seu. Líderes evangélicos se aliaram a ele.
A frente anti-Feder celebrou, ontem à noite, reportagem da CNN Brasil que teve acesso a documentos que mostram que a Multilaser, uma das empresas de Feder, fechou dois contratos com o governo federal desde a posse de Bolsonaro. Os contratos estão em vigor.
O primeiro, de R$ 14,2 milhões, foi firmado em dezembro passado para o fornecimento de mais de 28 mil tablets ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O segundo, de R$ 313 mil, assinado em maio último, para a compra de 100 mil máscaras cirúrgicas.
No caso do segundo contrato não houve licitação. Ele não foi firmado com o Ministério da Saúde, mas sim com o Ministério da Educação à época do ex-ministro Abraham Weintraub, que, por sinal, enviou mensagem a Feder desejando-lhe sucesso.
A Multilaser Industrial S.A., no mercado há mais de 30 anos, se apresenta como um dos maiores players do segmento de eletrônicos e de suprimentos de informática nacional. Faz negócios com a administração federal desde 2011.
Feder deixou o cargo de presidente do Conselho de Administração da Multilaser em 2018. Em abril e maio do ano passado participou de reuniões da empresa na condição de conselheiro administrativo, embora já fosse Secretário de Educação do Paraná.
Atualmente, segundo a CNN Brasil, Feder continua sendo um dos sócios da empresa e de outras 29. Nenhuma dessas, porém, tem contratos com o governo federal. É o Centrão que banca a candidatura de Feder a ministro da Educação.
O Centrão está de bola cheia com Bolsonaro que precisa dos seus votos para barrar a abertura de processo de impeachment contra ele.