Operação contra Serra é mortal para o PSDB
Foto: Beto Barata / Agência Senado
A operação de busca e apreensão e a denúncia por lavagem de dinheiro contra o senador José Serra pela Lava-Jato nesta sexta-feira representam um duro golpe na tentativa do PSDB de reconstruir a sua imagem, depois do fiasco eleitoral do ex-governador Geraldo Alckmin na eleição presidencial de 2018. O grande afetado é o governador de São Paulo, João Doria, que luta para viabilizar um projeto presidencial.
Apesar de ter se recolhido e adotado uma atuação discreta nos últimos tempos, depois da primeira citação de seu nome em delações, Serra já foi a figura pública de maior destaque da legenda, na década passada, quando disputou duas vezes a Presidência da República. O partido ainda sofreu um forte desgaste por causa da investigações contra o deputado federal Aécio Neves (MG), o candidato presidencial tucano em 2014. Preocupado com seu projeto político, Doria defendeu o afastamento de Aécio do partido, mas a executiva nacional recusou os pedidos de expulsão no ano passado.
Os tucanos optaram por esperar uma condenação judicial para definir o futuro do deputado federal mineiro. Assim, por coerência, Serra também não poderia ser alvo de punição no PSDB agora, o que dificultaria eventuais tentativas do governador paulista de se desvencilhar do senador. Depois de o partido usar os escândalos do PT como bandeira eleitoral para se diferenciar nas eleições de 2006, 2010 e 2014, resta saber se o eleitor vai perdoar essa sequência de suspeitas levantadas contra tucanos históricos.