Pandemia destrói faturamento da Vivo
Foto: Adriano Machado/Bloomberg
A Telefônica, dona da Vivo, registrou lucro líquido de R$ 1,113 bilhão no segundo trimestre deste ano, uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre deste ano, a companhia acumulou ganhos de R$ 2,266 bilhões, recuo de 17,9% ante os primeiros seis meses de 2019. A Vivo, Claro e TIM fizeram uma proposta conjunta de R$ 16,5 bilhões para comprar a aperação móvel da Oi, que assinou contrato de exclusividade com a Highline, da gestora americana Dgitial Colony, criando uma guerra de ofertas.
A Vivo também informou na manhã desta quarta-feira que está avaliando a possibilidade de constituição de um veículo para construção e oferta de rede de fibra óptica neutra e independente para atuar no mercado de atacado. É a mesma estratégia da Oi ao criar a InfraCo, uma empresa que vai alugar rede para outras teles no Brasil. É ainda a mesma aposta da Highline que pretende, dizem fontes, comprar a operação de celular da Oi e alugar a infraestrutura para outras companhias.
– Fizemos uma segunda proposta com a Claro e Vivo. Acreditamos que há muita sinergia no negócio, como os serviços ao consumidor e atividade comercial – disse Christian Gebara, presidente da Vivo, em conferência com analistas, lembrando que a ideia da rede neutra de fibra tem como objetivo crescer no mercado e conquistar mais clientes.
No fim de junho, a Vivo chegou a 92,012 milhões de clientes, queda de 2,5% em relação ao ano passado. Assim, a receita líquida operacional caiu no segundo trimestre 5,1%, para R$ 10,3 bilhões, antes o mesmo período de 2019. A pandemia do coronavírus reduziu a atividade comercial, segundo a empresa. A tele destacou queda de 1,5% na receita de serviço móvel e recuo de 40% na venda de aparelhos.
A crise da Covid-19 também fez a empresa elevar a provisão para possíveis calotes (créditos de liquidação duvidosa). No segundo trimestre, foram provisionados meio bilhão de reais (R$ 531 milhões). É uma alta de 33,6% ante o ano passado. Nos primeiros seis meses, o total provisionado chegou a R$ 985 milhões, alta de 19,7%. Segundo a Vivo, em balanço, o valor representa “3,5% da receita bruta no trimestre, com crescimento de 1,1 ponto percentual em relação ao segudno trimestre de 2019”.