Pandemia é maior no interior que nas capitais do país
Foto: ARTE/METRÓPOLES
Com mais de 2.227.514 casos confirmados, o coronavírus já se interiorizou e vem se alastrando com rapidez por entre os 5.570 municípios do Brasil. É o que mostra os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nessa quarta-feira (22/7), e analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
Desde o início de julho, 821.817 novos casos foram adicionados à estatística da pandemia no país. Desse total, 57% foram contabilizados em cidades do interior. Os 43% restantes, nas regiões metropolitanas. Realidade bem diferente dos 30 dias imediatamente anteriores, quando os índices eram equilibrados. E ainda mais distante do padrão no início da pandemia, em que os infectados estavam concentrados nas capitais dos estados.
A alternância é ainda mais notável ao analisar os números diários de novos diagnósticos positivos. Até 31 de junho, o ranking era liderado pelas metrópoles. No entanto, a soma dos casos no interior foi maior em todos os últimos 22 dias.
Em relação às unidades da Federação, 17 delas já têm maior proporção de casos no interior. Amapá, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e São Paulo ainda concentram as novas infecções nas capitais. O Distrito Federal não entra no ranking por ter apenas um município.
Apenas 103 municípios — 1,84% do total — não registraram nenhum caso da doença até essa última quarta-feira (22/7). A maior parte dessas localidades “livres” do vírus também se concentra em Minas Gerais (73) e tem até 5 mil habitantes. A exceção é Manari (PE), com mais de 20 mil pessoas e zero diagnóstico positivo.
Na última segunda-feira (20/7), o Brasil alcançou mais de 2,1 milhões infectados, tornando-se, ao lado do Peru, Chile e Estados Unidos, o quarto país do mundo, dos que possuem mais de 10 milhões de habitantes, a ter 1% da população diagnosticada com a Covid-19.
No entanto, o número de testes feitos nesses países é bem superior ao do Brasil. Enquanto por aqui foram realizados, em média, 21,5 mil exames por milhão de habitantes, no Peru, por exemplo, são 59,5 mil.