Para MPF, Aras ataca Lava Jato de olho em vaga no STF
Foto: Adriano Machado | Reuters
As críticas feitas ontem pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, à Lava-Jato provocaram indignação dentro do Ministério Público Federal e causaram desconforto até mesmo a integrantes da sua equipe. Internamente, as falas do procurador-geral foram vistas como um ataque à própria instituição do MPF e como uma tentativa de se cacifar no meio político a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes da PGR avaliam que Aras exagerou ao falar que o grupo paranaense funciona como “caixa de segredos” e escancarou publicamente uma questão que deveria ser debatida dentro do órgão.
A força-tarefa recebeu nesta manhã mensagens de apoio de colegas mostrando desconforto com a manifestação de Aras. A avaliação de membros da Lava-Jato é que “não é adequado o chefe da instituição se unir a advogados de condenados na operação para criticar o trabalho do órgão em que atua e espalhar informações que não são verdadeiras”.
Aras participou de uma live do grupo Prerrogativas. A entrevista foi conduzida pelo advogado e fundador do grupo, Marco Aurélio Carvalho, ligado ao PT, e o procurador de Justiça aposentado Lênio Streck, com a participação de advogados que defenderam vários alvos da investigação, como Dora Cavalcante e Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. Todos são fortes críticos da operação.
Procuradores de Curitiba afirmaram que as falas de Aras “embrulharam o estômago de muita gente, não só da Lava-Jato”. O grupo vai emitir uma nota para rebater as afirmações de Aras.