Primeira-ministra alemã faz crítica indireta a Bolsonaro
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Por Deutsche Welle, Süddeutsche e outros, a chanceler alemã Angela Merkel não nomeou Jair Bolsonaro, mas falou ao Parlamento Europeu, após ele se dizer infectado, que “o populismo que nega os fatos está mostrando seus limites”.
Por jornais como PhilStar, o presidente filipino Rodrigo Duterte declarou, sobre seu país: “Nós não podemos jogar na sorte como o Brasil”. Descreveu a atitude de Bolsonaro frente à pandemia como “devil may care”, despreocupado com as consequências.
E o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, enviou mensagem de conforto ao brasileiro doente, mas tratou de declarar, sobre o avanço da pandemia no estado mais populoso de seu país, via agência de notícias IANS, por diversos jornais:
“Um país como o Brasil, com uma população semelhante, sofreu cerca de 65.000 mortes, enquanto em Uttar Pradesh cerca de 800 pessoas perderam a vida. Isso significa que muitas vidas foram salvas em nosso estado.”
A Índia é agora o terceiro país mais atingido, só atrás de EUA e Brasil, daí as referências de Modi, como Donald Trump, ao mau exemplo brasileiro. Jornais como Indian Express já questionam sua atuação.
A Associated Press, por Time e muitos outros, em texto assinado por “repórteres ao redor do mundo”, despachou na quinta (9) o título “Casos de vírus saltam no trio pior, EUA, Brasil e Índia”.
Compartilhado pelo acadêmico alemão de política externa Oliver Stuenkel, da FGV, o site paródico Der Postillon publica que Trump presenteou Bolsonaro com desinfetante e seringa para se tratar do “vírus chinês”, sugerindo “três injeções diárias na veia”. Mas “não se sabe se ele já começou o tratamento”.
Extensa reportagem na New Yorker mostra “Como Bolsonaro e o coronavírus expõem o racismo sistêmico do Brasil”. Ouvindo a advogada Luciana Zaffalon e a urbanista Raquel Rolnik, entre outros, destaca que, “muito antes de o presidente testar positivo, a pandemia devastava bairros pobres e prisões do país”.
Por outro lado, o Wall Street Journal levou à home page que “Ações brasileiras atraem investidores de fora, apesar da pandemia”. Ou ainda:
“Mais pessoas morrem de Covid-19 no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo em desenvolvimento. No entanto, investidores estrangeiros estão pondo mais dinheiro em ações brasileiras do que tirando, pela primeira vez em meses.”